Em reunião realizada nesta terça-feira (25), o vice-governador Gabriel Souza cobrou das concessionárias de energia RGE e CEEE Equatorial, bem como da Corsan — em processo de privatização –, medidas para tornar mais ágil o restabelecimento do fornecimento de água em casos de queda de energia motivada por eventos climáticos, como o caso dos dois ciclones extratropicais que atingiram o Rio Grande do Sul em junho e julho e deixaram centenas de milhares de residências sem luz e sem água. Em alguns casos, o fornecimento levou mais de uma semana para ser normalizado.
Segundo o vice-governador, a reunião, realizada a pedido do governador Eduardo Leite, teve o objetivo de estabelecer um diálogo para melhorar a operação das empresas. “Na medida em que, quando falta energia elétrica por algum intercorrência climática ou alguma questão de rede, um dos serviços atingidos é o fornecimento de água. Haja vista que a água precisa de estações de bombeamento e de tratamento. Nós queremos e solicitamos às empresas de energia que tenham como uma de suas prioridades o reestabelecimento da energia das estações de bombeamento e de tratamento da água. Naturalmente, isso acontece porque a água é um serviço essencial e não podemos ter ausência de água na casa das pessoas”, diz Souza.
Ele afirmou ainda que foi estabelecido um grupo de trabalho entre as concessionárias, com acompanhamento do governo estadual, para viabilizar soluções. Souza pontuou que não apenas as empresas de energia, como a própria Corsan, precisam se adequar, uma vez que há necessidade de qualificação das estruturas de energia elétrica nas estações de bombeamento e tratamento. “Não é só a questão da concessionária de energia, mas também pela própria Corsan, atendendo aos protocolos estabelecidos”, afirma.
Também nesta terça, representantes da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) se reuniram com o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, para tratar da qualidade dos serviços prestados pela CEEE Equatorial, quando foi destacada a situação precária do atendimento da concessionária e medidas a serem tomadas. Alguns bairros de Pelotas estão sem luz há mais de dez dias.
O conselheiro Algir Lorenzon destacou que a Agergs aplicou mais de R$ 29 milhões em multas em 2022 por não terem sido cumpridos parâmetros exigidos no contrato de concessão.
O gerente de Energia e Gás Canalizado da agência, Alexandre Jung, destacou que, em maio, mesmo antes dos eventos climáticos severos, já havia oficiado a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) a respeito da necessidade de ser aberto procedimento de fiscalização relativo à CEEE-Equatorial.
A conselheira-presidente da Agergs, Luciana Luso de Carvalho, se reunirá nesta quarta (26) com a direção da ANEEL para tratar da situação.
Artur Lemos destacou que o governo está acompanhando a situação, mas disse que a responsabilidade pela fiscalização da empresa — privatizada pelo Estado em 2021 — é federal. “É uma concessão federal, mas o usuário é gaúcho e estamos atentos na fiscalização e para que isso não se repita”, disse.
