A Rede Sustentabilidade decidiu não manter mais qualquer tipo de aliança com partidos e políticos ligados ao bolsonarismo, incluindo integrantes que flertam com as ideias e posturas lideradas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão nacional foi ratificada no Rio Grande do Sul durante a 4ª Conferência Estadual do partido no estado, realizada no último dia 2 de abril.
Segundo André Costa, reconduzido como porta-voz da Rede no RS (o equivalente a presidente do partido, junto com Thais Costa), a decisão começará a ser cumprida desde o momento do pedido de filiação, para saber de antemão se o pretendente se alinha com o bolsonarismo.
“Se gaguejar, já não entra. Temos lado, o lado da democracia. Sabemos o quanto foi difícil derrotar essa política da extrema-direita. Não vamos tolerar qualquer tipo de aproximação com o bolsonarismo. Aqui dentro ninguém vai ter abrigo. Há outras siglas que os aceitam”, afirma o porta-voz.
Na eleição de 2022, a Rede Sustentabilidade se uniu ao PSOL na criação de uma federação partidária. Costa explica que a aliança representou a recondução do partido para o campo da esquerda.
Eleito porta-voz do partido no RS pela primeira vez em 2021, ele explica que, nos últimos anos, outras lideranças do partido fizeram aliançam que contrariam o programa de fundação da partido, que tem na ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sua principal referência. “A Rede não servirá mais de aluguel para ninguém.” Atualmente, o partido tem cerca de 3.500 filiados no RS.
Costa lembra que o partido nasceu com o objetivo de ser alternativa aos partidos do campo progressista existentes até então. Na ocasião, ele pondera que poucos políticos davam atenção às denúncias relativas à questão ambiental, tema que hoje ganhou protagonismo no Brasil e em outros países. “Por isso somos necessários. Não dá mais para ‘passar ao largo’. A conta está chegando”, avalia.
Para crescer no RS e no Brasil, a Rede pretende seguir “emparedando” o bolsonarismo e lançar candidatos em cerca de 100 municípios gaúchos nas eleições de 2024, entre postulantes a prefeituras e Câmara de Vereadores.
“Time que não joga, não tem torcida. Tem que se apresentar, ser visto, fortalecer e reafirmar o partido e o campo progressista”, explica o porta-voz, usando analogia do futebol para enfatizar a importância do partido participar da próxima eleição.
A convenção do último dia 2 contou com a presença de Juçara Dutra, presidente estadual do PT, da deputada Luciana Genro, presidente estadual do PSOL, e de Antonio Augusto Medeiros, presidente do PCdoB. O evento também marcou a filiação do ex-vice governador Beto Grill à Rede Sustentabilidade.
