“Não esqueçam nunca que a soberba é o primeiro degrau para o insucesso e para a derrota.” A frase dita por Beto Albuquerque na manhã de domingo (31), em rede social, foi concluída cerca de 24 horas depois, com o anúncio de que estava desistindo de concorrer ao governo do Rio Grande do Sul nas eleições de outubro.
A decisão foi tornada pública na tarde desta segunda-feira (1º), em coletiva de imprensa na sede do PSB em Porto Alegre. Apesar da desistência do seu então pré-candidato, o PSB decidiu lançar candidato próprio. O ex-vice-governador Vicente Bogo será o nome do partido ao Piratini, com Josiane Paz de vice e Airton Ferronato como candidato ao Senado.
A desistência de Beto Albuquerque havia sido noticiada na semana passada pela presidente nacional do PT, Gleise Hoffmann. Na ocasião, todavia, o ainda pré-candidato veio a público negar o fato.
Nesta segunda, porém, Beto Albuquerque acabou confirmando a decisão. Segundo ele, o isolamento da sua candidatura foi determinante para a desistência de concorrer. Nos últimos meses, o PSB gaúcho vinha travando uma disputa com o PT no RS pela cabeça de chapa, sem conseguir reproduzir no Estado a coligação nacional que tornou aliados o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), antigos rivais.
Com o PT não abrindo mão de lançar o deputado estadual Edegar Pretto, e o PSOL afirmando que também não formaria aliança com o PSB por ter sido base de apoio do governo de Eduardo Leite, Beto Albuquerque tentou diferentes aproximações para compor alianças, a última delas com o PDT. As negociações, no entanto, também não avançaram e o PDT confirmou a candidatura de Vieira da Cunha ao Piratini.
Isolado, com pouco tempo de televisão e apenas 20% dos recursos do partido destinados às campanhas majoritárias, com os 80% restantes direcionados aos candidatos estaduais e federais, coube a Beto Albuquerque jogar a toalha.
“É impossível manter uma candidatura que quer ganhar a eleição solitariamente, com 40 segundos e poucos recursos”, lamentou.
