Política
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19 de julho de 2022
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12:17

Comitiva brasileira vai aos Estados Unidos para obter apoio ao resultado das eleições

Por
Sul 21
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Joe Biden, presidente dos Estados Unidos.
(Foto: Fotos Públicas/Divulgação/Joe Biden)
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos. (Foto: Fotos Públicas/Divulgação/Joe Biden)

Uma comitiva com representantes de 18 organizações da sociedade civil brasileira estará em Washington, nos Estados Unidos, entre os dias 24 e 29 de julho, para participar de mais de 20 reuniões com membros do Departamento de Estado americano, deputados, senadores e representantes de organizações sociais e sindicais locais. A intenção do grupo é alertar para as ameaças ao processo eleitoral brasileiro e pedir um posicionamento em relação ao respeito ao resultado da votação, seja quem for o vencedor.

“A sociedade civil segue cumprindo seu papel de alertar todos os atores sociais, nacionais e internacionais, sobre as ameaças à integridade do processo eleitoral, a cada dia mais explícitas e perigosas. Iremos aos Estados Unidos denunciar os riscos à democracia no Brasil e também buscar aprendizados dos episódios ocorridos por lá que inspiram as tentativas golpistas aqui”, explica Flávia Pellegrino, coordenadora executiva do Pacto pela Democracia, coalizão que reúne mais de 200 organizações da sociedade civil.

Além do Pacto pela Democracia, estarão presentes na comitiva representantes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Artigo 19, Comissão Arns, Conectas,
Geledés, Greenpeace Brasil, Instituto Vladimir Herzog, Uneafro, 342 Artes, entre outras.

A viagem ocorre dias depois do presidente Jair Bolsonaro (PL) ter promovido um encontro com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, nesta segunda-feira (20), para atacar o sistema eleitoral brasileiro, à Justiça Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Desde o ano passado, Bolsonaro está em campanha contra as urnas eletrônicas com uma série de denúncias sem prova e ameaça não aceitar o resultado da eleição em caso de derrota.

“O mundo inteiro acompanha com atenção as eleições presidenciais de 2022 do Brasil. Nos EUA, há uma sensibilidade ainda maior, por causa das tentativas de subversão do processo eleitoral americano em 2020 e da invasão ao Capitólio em 2021. As organizações brasileiras têm, portanto, muito a dizer e a ouvir nessa série de encontros”, destacou Paulo Abrão, diretor-executivo do Washington Brazil Office (WBO).

Entre as reuniões agendadas, na terça-feira (26), o grupo será recebido no Departamento de Estado americano, que é o equivalente ao Ministério das Relações Exteriores dos Estados Unidos, e na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Na sexta-feira (29), haverá uma reunião bilateral com o deputado democrata Jamie Raskin, membro da Comissão Parlamentar que investiga a invasão do Capitólio americano, ocorrida em janeiro de 2021 por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, que também não aceitou perder as eleições para o atual presidente Joe Biden.

Ainda no Congresso, ao longo dos cinco dias, o grupo brasileiro terá encontros bilaterais com deputados e senadores americanos, incluindo o democrata Bernie Sanders. Embaixadores de países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) também receberão a comitiva brasileira, que terá encontros ainda com organizações da sociedade civil local.


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