Política
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11 de março de 2022
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16:18

Vereador Bobadra é indiciado em caso de assédio contra Bruna Rodrigues

Por
Sul 21
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Denúncia contra Bobadra e o PSL foi feita por um grupo de mulheres candidatas. Foto: Divulgação/CMPA
Denúncia contra Bobadra e o PSL foi feita por um grupo de mulheres candidatas. Foto: Divulgação/CMPA

A delegada de polícia Alicia Jantsch Fernandes, da Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher do Rio Grande do Sul, determinou nesta quinta-feira (10) o indiciamento do vereador Alexandre Bobadra (PSL) pelo crime de violência política contra a mulher, caso em que a vítima foi a também vereadora Bruna Rodrigues (PCdoB).

Em 1º de setembro do ano passado, em meio à sessão da Câmara de Vereadores que debateu a extinção do posto de cobrador nos ônibus da Capital, Bruna denunciou que foi vítima de assédio por parte do vereador. Na ocasião, ela disse. “Acabei de ouvir do vereador Alexandre Bobadra que tenho ‘tesão’ nele, uma típica demonstração do machismo que nós mulheres somos submetidas”. A vereadora também disse que, durante uma reunião de líderes de bancadas, Bobadra a interrompeu seguidamente, não a deixando falar.

O artigo 326-B do Código Eleitoral caracteriza como violência política contra a mulher: “Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo”. A punição prevista é de um ano e quatro meses de reclusão e pagamento de multa.

Em seu despacho sobre o indiciamento, a delegada Alicia Fernandes concluiu que foram identificados indícios suficientes da autoria do crime e que os depoimentos de testemunhas deixaram claro que Bobadra “não deixava a vereadora Bruna falar, interrompendo-a, de forma a não deixá-la exercer com plenitude seu mandato coletivo”.

Em postagens na redes sociais após o indiciamento, a vereadora Bruna celebrou a decisão da delegada. “Esta é uma vitória que abre precedentes importantes para o combate à violência política de gênero, ainda mais em tempos onde este tipo de ato constantemente ameaça o pleno exercício da atuação parlamentar de tantas mulheres no país inteiro”, disse.


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