Por 45 votos a favor e apenas 3 contrários, a Assembleia Legislativa aprovou nesta terça-feira (22) a cassação do mandato do deputado estadual Ruy Irigaray (União Brasil).
A motivação para a perda de mandato é o fato de Irigaray ter sido acusado por ex-assessoras de utilizar funcionários de cargos comissionados para atividades fora de suas atribuições funcionais, pela prática de “rachadinha” e de outras irregularidades. Duas ex-assessoras do deputado apresentaram as denúncias, em 2021, ao Ministério Público Estadual.
As denúncias foram veiculadas originalmente pelo programa Fantástico da Rede Globo, no início de 2021. Segundo reportagem da época, Irigaray teria utilizado assessores parlamentares para realização de tarefas de cunho pessoal, como reforma em residência, cuidados com crianças e animais domésticos. Além disso, apresentou indícios da prática de “rachadinha”, envolvendo servidores do gabinete, e da manutenção de um “gabinete do ódio”, onde o parlamentar utilizaria uma rede de perfis falsos na internet para disseminar ataques contra adversários políticos.
Desde o início do processo, a defesa de Irigaray alega inocência do deputado e aponta falhas no processo originado pelas denúncias contra o parlamentar. Nesta terça, o deputado disse que as ex-assessoras que o denunciaram adulteraram documentos e que o imóvel onde os servidores, conforme a denúncia, teriam prestado serviços fora do horário de funcionamento da Casa foi utilizado como seu gabinete funcional durante a pandemia, fato informado à Assembleia em maio de 2020. “A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul foi induzida ao erro”, disse.
Parlamentar em primeiro mandato, Irigaray foi o segundo deputado estadual mais votado em 2018, com 102 mil. Até então um desconhecido na política gaúcha, ele surfou na onda do bolsonarismo, concorrendo pelo mesmo PSL do presidente Jair Bolsonaro.
Votaram contra a cassação apenas os deputados Rodrigo Maroni (PSC), Vilmar Lourenço (PP) e o próprio Irigaray.
