Política
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23 de dezembro de 2021
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10:12

Vereador quer tornar obrigatória execução de hinos em escolas municipais da Capital

Por
Sul 21
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Autor da proposta fala em 'defesa do patriotismo'. Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA
Autor da proposta fala em 'defesa do patriotismo'. Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA

A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou na quarta-feira (22), por 22 votos favoráveis e 12 contrários, Projeto Indicativo nº 175/21 ao Executivo sugerindo que o governo municipal envie à Câmara um projeto de lei prevendo a obrigatoriedade da execução dos hino Nacional e Rio-Grandense nas escolas municipais. O autor da proposta é o vereador Alexandre Bobadra (PSL). Para ele, a execução e canto dos hinos deverão ocorrer pelo menos uma vez por semana, no horário de entrada, ao longo de todo o período abrangido pelo calendário escolar municipal.

Segundo o autor, a medida tem como objetivo desenvolver o senso de patriotismo nos jovens que estão iniciando a vida escolar. A proposta visa valorizar o Hino Nacional Brasileiro e o Hino Rio-Grandense, e suas bandeiras respectivas, promover o conhecimento das letras e das músicas, bem como compreender os seus significados e criar no ambiente escolar um universo de respeito às tradições do nosso Estado e amor à pátria, assim como a postura adequada no momento de execução dos hinos.

No início deste mês de dezembro, a Câmara também aprovou projeto de autoria da vereadora Mônica Leal (PP) que obriga os vereadores da Capital a permanecerem de pé durante a execução do hino nacional e do hino rio-grandense. A proposta altera o regimento da Casa.

Na ocasião, parlamentares contrários à proposta, como o vereador Matheus Gomes (PSOL), opinaram que a nova regra expõe o racismo presente na Câmara. “Ao invés de debater a modificação do hino com o povo negro, vereadores atacam nosso direito de protesto com autoritarismo e racismo! Não nos calarão!”, escreveu ele em postagem no Twitter.

Na cerimônia de posse da atual legislatura, em 1º de janeiro deste ano, os cinco integrantes da bancada negra na Câmara decidiram não cantar o hino do Estado, permanecendo sentados. Na ocasião, Matheus afirmou, em conversa com o Sul21, que a postura de se manter sentado e em silêncio durante o hino começou a ganhar força a partir de movimentos de estudantes negros e negras da universidade federal no início da década.


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