Em protesto contra a concessão de parques e praças públicas, integrantes de entidades ambientalistas entregaram, nesta terça-feira (7), o troféu “Motosserra de Ouro” ao prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB). A entrega aconteceu em meio à conferência de revisão do Plano Diretor da Capital, que acontece de hoje até a quinta-feira (9), na Pontifícia Universidade Católica (PUCRS).
URGENTE: o bolsonarista prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melnick, acaba de receber de ambientalistas o prêmio Motosserra de Ouro. A homenagem é devido às suas ações arboricidas e ataques ao meio ambiente da nossa capital. pic.twitter.com/gKam5r6Yap
— Laura Sito 🦋 (@laurasito) November 7, 2023
Em outubro, o mesmo grupo realizou a entrega do “Machado de Prata” a Germano Bremm, titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre (SMAMUS), em protesto contra o corte de árvores na cidade. O troféu de “arboricida do ano” foi recebido pelo chefe de gabinete do secretário, Joaquim Cardinal.
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Os atos foram mobilizados pelo Movimento Salve os Parques e pela Rede Preserva PoA, que reúnem cerca de 70 organizações da cidade. Segundo levantamento dos movimentos, até outubro de 2022, foram executadas 28.606 podas e 1.695 cortes de árvores (supressão total) na Capital gaúcha. Em 2021, foram 32.316 e 981, respectivamente, o que demonstra que o número de corte de árvores quase dobrou de um ano para o outro. O levantamento consta em um documento (confira a íntegra ao final) elaborado pelo Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá), que também foi entregue ao chefe do gabinete da SMAMUS.
Para as entidades, uma das causas do problema é o enfraquecimento da política ambiental e o repasse de serviços para empresas terceirizadas. “Vivencia-se um processo de enfraquecimento da política ambiental municipal, testemunhando-se o esvaziamento paulatino da então Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAM), que assumiu de forma questionável (sem discussão com a sociedade) o tema da urbanização e uma suposta sustentabilidade, a não ser de negócios inconfessáveis, agora com nome de SMAMUS, baseada no favorecimento de licenças para a expansão de projetos imobiliários de grandes empresas da construção civil, além da divisão de serviços de manejo da arborização com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSURB), agregando ambas significativa terceirização de serviços”, diz o documento.