Meio Ambiente
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24 de maio de 2023
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18:05

Geoparques Quarta Colônia e Caçapava recebem certificação da Unesco

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Sul 21
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Geoparque de Caçapava do Sul exibe rochas muito antigas que contribuíram para a certificação. Foto: UFSM/Divulgação
Geoparque de Caçapava do Sul exibe rochas muito antigas que contribuíram para a certificação. Foto: UFSM/Divulgação

Após sete meses da visita dos representantes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para avaliação dos Geoparques Quarta Colônia e Caçapava, foi anunciada nesta quarta-feira (24) a certificação mundial dos territórios. O anúncio aconteceu após o 216º Conselho Executivo da UNESCO realizado em Paris, na França.

Geoparque é um selo de qualidade obtido por territórios que atuam na perspectiva do desenvolvimento local sustentável. Para ser reconhecido como Geoparque, os territórios devem ter importância científica, cultural, paisagística, geológica, arqueológica, paleontológica e histórica. Os geoparques gaúchos foram os únicos candidatos brasileiros deste ano e agora se juntam aos outros três territórios do País que já possuíam a certificação: o Geoparque Araripe, no Ceará; o Geoparque Caminhos do Sul, localizado entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul; e o Geoparque Seridó, no Rio Grande do Norte.

O Geoparque Quarta Colônia é uma iniciativa da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em parceria com o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus Quarta Colônia). Já o projeto Geoparque Caçapava é realizado em cooperação entre a UFSM, a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e a Prefeitura de Caçapava do Sul.

A coordenadora institucional do Projeto Geoparques na UFSM, Jaciele Sell, destaca que agora os territórios passam a compor uma rede mundial de geoparques e são considerados patrimônios da humanidade. Por isso, a certificação contribui para o desenvolvimento sustentável das regiões, a partir da conservação do patrimônio, da educação ambiental e da geração de renda.

“Desde 2018 a universidade vem trabalhando em prol dessa certificação em parceria com os municípios. Isso traz uma grande visibilidade para o território e atrai muito mais turismo. É muito importante receber esse reconhecimento para fazermos mais políticas públicas de fomento à pesquisa e extensão”, celebra Jaciele.

Na Quarta Colônia, foram encontrados muitos fósseis que datam de milhões de anos e são considerados um dos mais antigos do planeta, além das belezas naturais e culturais que a região tem a oferecer.

Ao todo são nove municípios que compõem o Geoparque Quarta Colônia: Agudo, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Sêca, São João do Polêsine, Silveira Martins e Dona Francisca.

O Geoparque Caçapava está localizado em Caçapava do Sul, considerada a capital gaúcha da geodiversidade com mais de 30 geossítios catalogados. A principal característica do território é a presença de rochas muito antigas que contribuíram para a certificação.

Uma vez obtida, os próximos passos são manter a certificação. A coordenadora institucional do Projeto Geoparques na UFSM explica que os geoparques passam por reavaliação a cada quatro anos e, para continuar com o certificado, é preciso manter a qualidade.

“Precisamos continuar com os trabalhos desenvolvidos até agora, mantendo o padrão de qualidade e cumprindo todos os requisitos que a UNESCO exige. Além disso, precisamos atender, neste período, todas as recomendações que os avaliadores fizeram quando visitaram os territórios para que a certificação seja renovada. Isso coloca a Universidade e os municípios em um compromisso de continuidade das ações desenvolvidas”, explica.

A avaliação do Geoparque Quarta Colônia iniciou em 24 de outubro. A comissão avaliadora foi composta por Hernández Sesé, do Geoparque Maestrazgo/ Dinópolis (Espanha) e Helga Chulepin, representante da UNESCO em Montevidéu (Uruguai).

O Geoparque Caçapava teve seu processo de avaliação iniciado no dia 6 de novembro. A comissão avaliadora foi composta pelo Geólogo e Paleontólogo, Mahito Watanabe (Japão) e pelo Cientista Ambiental, Antonino Sanz Matencio (Espanha).

Durante a missão, os avaliadores procuraram conhecer, observar e analisar o que tem sido feito nos territórios postulantes, compreendendo de que forma a região está cumprindo os requisitos necessários para a certificação, os resultados obtidos até agora e os planos para o futuro. No tempo em que estiveram no Rio Grande do Sul, os avaliadores percorreram as regiões e puderam conhecer os atrativos turísticos, culturais e históricos dos locais.


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