Meio Ambiente
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30 de novembro de 2021
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07:17

Curso apresentará estratégias de agroecologia em território ameaçado pela mineração

Por
Marco Weissheimer
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Hoje há uma agrofloresta de 3 anos no Assentamento Apolônio de Carvalho (Reprodução/Youtube).
Hoje há uma agrofloresta de 3 anos no Assentamento Apolônio de Carvalho (Reprodução/Youtube).

Um curso de planejamento rural agroecológico para assentados ameaçados pela proposta de maior mina de carvão a céu aberto do Brasil: inspirados em sua própria experiência no Assentamento Apolônio de Carvalho, Adeles Bordin e Vitor Fernandes Alencastro Silva decidiram organizar um curso de planejamento agroecológico para assentados ameaçados pelo projeto da Mina Guaíba que, caso saia do papel, se tornará a maior mina de carvão a céu aberto do Brasil. Localizado em uma área entre os municípios de Eldorado do Sul e Charqueadas, o projeto da mina atinge diretamente o assentamento de cerca de 1.000 hectares, instalado em 2007 e que se tornou uma área de produção de arroz ecológico e outros produtos orgânicos.

O curso pretende mostrar como a agrofloresta, a integração animal e estruturas de retenção de água são ferramentas que permitem a regeneração ecológica junto com a produção de alimentos saudáveis e que podem oferecer muito mais resiliência a todos os moradores da região metropolitana. “É um modelo do qual já vivemos e gostaríamos de levar aos assentados e à comunidade em geral. Temos a ‘sala de aula’ e precisamos do seu apoio para realizar o curso presencia”, dizem os organizadores da iniciativa.

A primeira etapa do curso inciará com uma oficina prática-teórica de um dia de duração, no dia 18 de dezembro, com inscrições abertas para todos os interessados. Foi lançada uma campanha de financiamento coletivo para ajudar na organização, na alimentação dos participantes do curso e na vinda de um profissional em desenvolvimento comunitário de base agroecológica para apresentar esses conteúdos de forma acessível aos assentados. Saiba como apoiar a viabilização do curso no link abaixo:

Agroecologia em território ameaçado: saiba como apoiar

O curso é destinado aos assentados, mas também será lançado um convite com vagas limitadas para o público em geral. Quem quiser reservar uma vaga já pode entrar em contato pela página do financiamento coletivo (link acima).

“Queremos oferecer almoço e lanche da tarde para quem participar do curso e receber as crianças assentadas no final da tarde para um lanche.  Estaremos com uma campanha para receber livros e brinquedos para a biblioteca do assentamento e também queremos trazer atrações artísticas para finalizar o evento com muita alegria”, relatam Adeles e Vitor. Junto com a campanha de financiamento coletivo, foi lançado um vídeo que conta a experiência de agrofloresta que eles vivenciaram durante os quatro anos que viveram no assentamento com o pai de Adeles. Hoje há uma agrofloresta de três anos na área, com árvores de eucaliptos, amoras, bananas e canas enquadrando uma variedade de outras árvores.

“Compartilhamos está nossa história para inspirar todas as pessoas que sonham em viver em união com a natureza, e isso é possível, um pouco de fé e muito trabalho vamos em busca de uma vida simples e de muita abundância que a nossa mãe Gaia oferece”, diz Vitor, na apresentação do vídeo.


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