Meio Ambiente
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3 de outubro de 2021
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10:14

3ª Conferência Brasileira de Mudança do Clima quer compromisso com metas mais ambiciosas

Por
Sul 21
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Conferência Brasileira de Mudançca do Clima/Divulgação
Conferência Brasileira de Mudançca do Clima/Divulgação

Frear o aquecimento global e mitigar o crescimento das desigualdades é urgente e isso só será conseguido com a união e o engajamento de toda sociedade. Essa foi uma das principais conclusões da 3ª Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC), que terminou na sexta-feira (1). Ao todo, foram cinco dias de debates e mais de 30 painéis realizados, que seguirão disponíveis no canal do YouTube do Instituto Ethos . Outra conclusão da conferência foi que o protagonismo e a capacidade de mobilização da sociedade civil estão ainda mais fortalecidos, em condições de influenciar e viabilizar ações concretas na construção de uma agenda climática brasileira alinhada com as metas do Acordo de Paris (compromisso firmado entre 195 países visando a redução do aquecimento global).

“A 3ª CBMC trouxe maior engajamento e participação das organizações da sociedade civil, com destaque para a juventude, academia, governos subnacionais e locais, empresas, movimentos sociais e povos indígenas, fortalecendo e articulando a atuação de todos os diferentes atores na COP 26. A emergência climática exige de todos, seja da sociedade, seja dos estados, sentido de urgência e ação imediata para frear o aquecimento global e mitigar o crescimento das desigualdades”, avalia Caio Magri, Diretor Presidente do Instituto Ethos, que realizou o evento ao lado da Fundação Konrad Adenauer (KAS) no Brasil, do Instituto Clima e Sociedade (iCS), da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade e da Secretaria do Clima de Niterói,entre outros correalizadores.

Iniciativa coletiva surgida quando o Brasil decidiu deixar de sediar a COP 25 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), em 2019, a CBMC lançou naquele ano a Declaração de Recife, documento no qual diversas organizações se comprometem com metas alinhadas ao Acordo de Paris.Entre elas, está a redução de emissões de gases de efeito estufa condizente com a manutenção da temperatura média global em até 1,5 graus Celsius, definido como ponto-limite para a vida humana na Terra (o planeta está hoje em 1,2ºC).

Um dos encaminhamentos da Conferência será a atualização de metas da Declaração de Recife, até o final deste mês (antes da COP 26, em novembro), contemplando compromissos ainda mais ambiciosos que façam frente aos desafios climáticos. Fruto dos debates promovidos na CBMC, a tendência é que governos e empresas signatários da Declaração revisem suas metas de emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) brutas visando o prazo de 2050. Em tempo: o governo brasileiro, em sua última submissão das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), em 2020, postergou esse compromisso para 2060.

Outra novidade da Conferência foi o lançamento da Frente Parlamentar do Clima, com a participação do prefeito de Niterói, Axel Schmidt Grael, e do secretário da recém-criada Secretaria do Clima de Niterói, Luciano Paez. Durante o evento, também foi lançada a nova edição (online e gratuita) do livro Mudanças do Clima: Tudo que você queria e não queria saber”, do doutor em Economia Ambiental pelo Imperial College London, Sergio Margulis. Produzido em parceria pela Fundação Konrad Adenauer (KAS) e o Instituto Clima e Sociedade (iCS), a obra está disponível para download (https://www.mudancasdoclima.com.br).

“Acreditamos que é consensual para os correalizadores da 3ª CBMC que o nosso objetivo principal foi atingido: o de consolidar a agenda climática entre os diversos segmentos da sociedade brasileira, de forma a fortalecer a governança ambiental e climática no Brasil, viabilizando assim a construção de ações concretas”, avalia Anja Czymmeck, Diretora da Fundação Konrad Adenauer (KAS) no Brasil.

A 3ª CBMC teve como correalizadores as seguintes entidades: Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Centro Brasil no Clima (CBC), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Ethos, Fundação Amazonas Sustentável (FAS), FGV/EAESP – Centro de Estudos em Sustentabilidade, Fundacion Avina, Hivos, ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, Instituto Alana, Instituto Clima e Sociedade (iCS), Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM Amazônia), Fundação Konrad Adenauer (KAS), Observatório do Clima, Prefeitura do Recife, Projeto Saúde & Alegria, Rede Brasil do Pacto Global, Rede de Cooperação Amazônica (RCA), Reos Partners, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento de Goiás (SEMAD-GO), Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pernambuco, Secretaria Municipal do Clima de Niterói. The Climate Reality Project Brasil e Youth ClimateLeaders.

A Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC) é um encontro anual que reúne organizações não governamentais e da sociedade civil, movimentos sociais, associações de povos, comunidades tradicionais, governos, comunidade científica e instituições públicas e privadas para o desenvolvimento de diálogos e propostas de implementação da NDC brasileira, documento-produto do Acordo de Paris, no qual o Governo brasileiro apresenta compromissos e contribuições de descarbonização de sua matriz de emissões de gases de efeito estufa, com objetivo de garantir a manutenção do aumento de temperatura terrestre em 1,5ºC. A CBMC é uma iniciativa apartidária, de organização coletiva e tem como base a NDC Brasileira, o Acordo de Paris e a agenda 2030 da ONU.

Conheça o histórico da CBMC: www.climabrasil.org.br

A programação completa e detalhada está emhttps://www.climabrasil.org.br/

Para ler a Declaração do Recife (2019), clique aqui Declaração


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