Internacional
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2 de março de 2024
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13:57

Milei promete fechar agência de notícias pública argentina Télam

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Sul 21
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Télam é a única agência de notícias da Argentina a ter correspondentes em todas as províncias do País. Foto: Divulgação/Télam
Télam é a única agência de notícias da Argentina a ter correspondentes em todas as províncias do País. Foto: Divulgação/Télam

O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou que vai fechar a agência pública de notícias Télam. A declaração foi feita na noite de sexta-feira (1º) no discurso de abertura das sessões ordinárias do Congresso argentino. Como justificativa, o presidente argumentou que a agência “tem sido utilizada como meio de propaganda kirchnerista”. O kirchnerismo é o principal movimento de oposição a Milei na Argentina, associado aos ex-presidentes Néstor e Cristina Kirchner.

Criada há 78 anos, com o propósito de difundir informação por toda a Argentina, com um caráter federal e pluralista, a Télam conta com mais de 700 funcionários e é a única agência de notícias com correspondentes em todas as províncias argentinas. A agência produz cerca de 500 matérias por dia.

O veículo de comunicação também tem parcerias com instituições de imprensa internacionais, como a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), da qual faz parte a Agência Brasil.

Milei anunciou também no discurso que enviará ao Congresso um pacote de leis chamado de “anticasta”. Entre as medidas previstas estão a eliminação das aposentadorias privilegiadas para presidente e vice-presidente e a penalização como crime “imprescritível” de funcionários e legisladores que aprovam, disse ele, “um orçamento que contempla o financiamento do déficit fiscal com emissão monetária”.

Após o anúncio do presidente argentino, a própria agência abordou o tema, lembrando que recebeu cumprimentos e felicitações, ao completar 78 anos de atividade, de políticos de diferentes ideologias, personalidades do mundo empresarial, sindical, acadêmico e dos direitos humanos, incluindo uma mensagem do papa Francisco.

Com mais de 700 funcionários, a Télam destacou que já enfrentou, no passado, tentativas de fechamento, demissões e ameaças dos governos de Carlos Menem, Fernando de la Rúa e Mauricio Macri. Numa rede social, a secretária geral da Federação Argentina dos Trabalhadores da Imprensa, Carla Gaudensi, defendeu a continuidade da Télam. “Télam não se fecha. Vamos defender não só os trabalhadores e trabalhadoras das Agência, assim como todo o povo argentino, todas as empresas do Estado, o patrimônio público e a soberania da nossa pátria”, afirmou.

*Com informações da Agência Brasil e Télam


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