Internacional
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28 de outubro de 2023
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15:34

Sem comunicação e com serviço médico afetado, ONU reforça apelo por cessar-fogo em Gaza

Por
Sul 21
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Foto: Reprodução/Mídias Sociais
Foto: Reprodução/Mídias Sociais

O secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçou seu apelo por um “cessar-fogo humanitário imediato, a libertação incondicional de reféns e a entrega de ajuda correspondente às necessidades dramáticas da população de Gaza, onde uma catástrofe humanitária está ocorrendo diante de nossos olhos”.

Em rede social, ele expressou preocupação com a escalada sem precedentes dos bombardeios, apesar do crescente consenso sobre a necessidade de uma pausa humanitária na região.

Em relação à situação em Gaza, Guterres declarou que foi “encorajado nos últimos dias pelo que parecia ser um consenso crescente na comunidade internacional, incluindo os países que apoiam Israel, sobre a necessidade de, no mínimo, uma pausa humanitária no combate para facilitar a libertação de reféns em Gaza, a evacuação de cidadãos de terceiros países e a escala maciça necessária na entrega de ajuda humanitária ao povo de Gaza”

O chefe da ONU diz que, lamentavelmente, em vez da pausa, foi surpreendido por “uma escalada sem precedentes nos bombardeios e seus impactos arrasadores, minando os objetivos humanitários mencionados”.

Guterres destaca que devido a quebra nas comunicações, está “extremamente preocupado” com a equipe da ONU em Gaza encarregada de fornecer assistência humanitária. O secretário-geral discutiu a situação no Oriente Médio e a coordenação dos esforços humanitários com o presidente egípcio Abdel Fattah Al Sisi, em uma ligação telefônica neste sábado.

A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta sexta-feira (27) uma resolução pedindo um cessar-fogo imediato e duradouro, respeito ao direito internacional e acesso contínuo e desimpedido à ajuda em Gaza.

A Organização Mundial da Saúde afirmou, neste sábado (28), que trabalhadores da saúde, pacientes e civis ficaram sujeitos a um apagão total de comunicação e eletricidade em meio a intensos bombardeios e incursões terrestres do exército de Israel em Gaza.

Segundo a OMS, há mais feridos a cada hora, mas as ambulâncias não podem alcançá-los devido ao apagão de comunicação. Necrotérios estão lotados. Mais da metade dos mortos são mulheres e crianças.

A entidade afirma que os hospitais em toda a Faixa de Gaza já estão operando com capacidade máxima devido às semanas de bombardeios e são incapazes de absorver um aumento dramático no número de pacientes, enquanto abrigam milhares de civis.

Trabalhadores da saúde que permaneceram ao lado de seus pacientes enfrentam escassez de suprimentos, sem espaço para acomodar novos pacientes e sem meios para aliviar a dor de seus pacientes.

A OMS diz não conseguir se comunicar com sua equipe em Gaza, assim como outras agências da ONU. A agência de saúde da ONU apela à “humanidade de todos aqueles que têm o poder de fazê-lo para encerrar imediatamente os combates, de acordo com a resolução da ONU adotada ontem, que pede um cessar-fogo humanitário, bem como a libertação imediata e incondicional de todos os civis.

Um comunicado divulgado pelo porta-voz das forças armadas israelenses neste sábado (28) pede que a população do norte de Gaza e da Cidade de Gaza se desloque imediatamente para o Sul. “Sua janela de agir está se fechando. Vão para o Sul, para sua própria segurança”, disse.

Israel continua a expandir a sua operação terrestre em Gaza com infantaria e veículos blindados apoiados por “ataques massivos”, aéreos e marítimos, disse neste sábado o porta-voz militar israelense. As forças armadas de Israel realizaram bombardeios em Gaza durante toda a noite de sexta-feira, e, como consequência, centenas de edifícios ficaram “completamente destruídos”, informou neste sábado a Defesa Civil palestina.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo palestino Hamas, anunciou neste sábado que chegou a 7.703 o número de mortos na região desde o início da guerra entre o Hamas e Israel, em 7 de outubro.

Segundo Israel, os ataques com caças levaram à morte do chefe do comando aéreo do Hamas, que teria participado no planejamento do ataque de 07 de outubro, que deixou mais de 1 mil mortos e em Israel e deu início ao conflito.

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou na sexta-feira (27), com 120 votos favoráveis e 14 contrários, a proposta de resolução sobre o conflito no Oriente Médio apresentada pela Jordânia e que foi assinada por 39 países com assento no colegiado. A proposta aprovada pede uma “trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada que conduza ao cessar das hostilidades”. O documento pede ainda “a libertação imediata e incondicional de todos os civis que permanecem ilegalmente mantidos em cativeiro”.

A Organização Não Governamental Médicos Sem Fronteiras também fez um apelo pelo fim dos conflitos. “Já é tempo de por fim ao derramamento de sangue indiscriminado e os ataques maciços em Gaza. Hoje é impossível aos nossos colegas trabalhar em segurança devido aos ataques generalizados ao sistema de saúde, que afetaram hospitais, ambulâncias, pessoal médico e os doentes. Os profissionais do MSF que permanecem no norte de Gaza dizem-nos que estão exaustos, tanto mental como fisicamente”, afirmou a diretora executiva da organização, Avril Benoît.

Com informação das agências Brasil, Reuters, Lusa, RTP e ONU


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