No último dia 3 de novembro, o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (Sindbancários) encaminhou um ofício à direção do Banrisul cobrando o afastamento de um gestor de uma das empresas subsidiárias do banco após ele ter sido acusado de assédio sexual e moral contra subordinados. O Sul21 apurou que o denunciado foi afastado de suas funções no dia 10 de novembro e, posteriormente, apresentou um atestado para licença médica, mas isso não é confirmado oficialmente pelo Banrisul, uma vez que o caso está sendo tratado internamente sob sigilo.
Conforme o ofício apresentado pelo sindicato, e assinado pelo presidente Luciano Fetzner, as denúncias contra o gestor envolvem propagação de ameaças, assédio moral e assédio sexual, além de condutas inapropriadas e incompatíveis com o ambiente de trabalho. O ofício relata o uso de linguagem inapropriada, ameaças e mensagens de conotação sexual que exporiam funcionários da empresa a situações humilhantes. Além disso, o acusado teria feito propostas para obter favorecimento sexual.
Segundo a Diretora de Formação do Sindbancários, Itamara Pinto Brum, foram várias denúncias feitas contra esse mesmo gestor e, até o final da semana passada, o sindicato continuava coletando relatos e denúncias. Ela diz que não é possível fornecer mais detalhes no momento porque o caso está sendo apurado internamento sob sigilo.
Após o envio do ofício, uma reunião foi realizada entre banco e sindicato para tratar do encaminhamento do caso. Contudo, o sindicato cobra uma mudança da forma como o Banrisul lida com casos de assédio do ponto de vista administrativo.
A apuração das denúncias contra o acusado segue em andamento internamente no banco. O Sul21 apurou que, apesar do afastamento das funções, o denunciado continua vinculado ao Banrisul.
O Sindbancários tem um projeto chamado “Basta! Não irão nos calar”, voltado para a assistência a mulheres vítimas de violência doméstica e assédio sexual. O atendimento é sigiloso e com equipe 100% feminina, podendo ser acessado por meio do WhatsApp (51) 97401-0902. Itamara destaca que o sindicato também colocou a assessoria jurídica à disposição das vítimas.
Procurado pela reportagem, o Banrisul não retornou aos pedidos de esclarecimentos sobre o caso. Também procurados pela reportagem, Ministério Público (MP-RS) e Ministério Público do Trabalho (MPT-RS) não informaram se as instituições estão investigando o caso.
