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11 de agosto de 2023
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11:15

PF estima que venda de itens de luxo rendeu cerca de R$ 1 milhão ao entorno de Bolsonaro

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Sul 21
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Polícia Federal diz que os fatos investigados configuram crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Foto: José Cruz/Agência Brasil
Polícia Federal diz que os fatos investigados configuram crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta sexta-feira (11), a Operação Lucas 12:2, que tem como objetivo investigar a atuação de associação criminosa em crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, sendo dois em Brasília, um em São Paulo e um em Niterói (RJ).  A ação mira os endereços do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que está preso desde maio e também é alvo da operação, assim como o advogado Frederick Wassef, que já defendeu o ex-presidente.

Em nota, a PF informou que os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior. A PF estima que o esquema ilegal tenha rendido cerca de R$ 1 milhão.

As investigações da PF indicam que itens de luxo, como um relógio da marca Rolex e esculturas, foram embarcados no avião presidencial que levou Bolsonaro para os Estados Unidos dias antes da posse de Lula. O general Cid, chefe do escritório de negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em Miami, teria se encarregado de vender os objetos. A investigação também aponta que ele usou sua conta bancária nos Estados Unidos para movimentar o dinheiro obtido com as vendas.

No caso do relógio Rolex, após o item ter entrado na mira do Tribunal de Contas da União (TCU), que pediu sua devolução, as investigações da PF mostram que o advogado Wassef entrou em cena para recomprar o relógio, visando sua devolução.

“Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”, destacou a corporação.

Ainda de acordo com a PF, os fatos investigados configuram crimes de peculato e lavagem de dinheiro. As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação das chamadas milícias digitais, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF).

O nome da operação, segundo a polícia, faz alusão ao versículo 12:2 da Bíblia, que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.

Com informações da Agência Brasil


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