O governo do Estado apresentou, nesta sexta-feira (17), um plano de mitigação dos efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul. As ações, elencadas em coletiva de imprensa no Palácio Piratini, se dividem em de curto, médio e longo prazo. Elas estão organizadas em três frentes: medidas emergenciais de apoio e assistência aos produtores, ações estruturantes e um sistema de monitoramento.
Entre as ações divulgadas estão a anistia de 100% da dívida do programa troca-troca de sementes para agricultores familiares dos municípios em situação de emergência, a criação de um sistema online de monitoramento da estiagem e construção de cisternas, entre outras.
O troca-troca de sementes é um programa destinado ao fomento do cultivo de milho e sorgo por agricultores familiares no Estado. O programa financia as sementes para a produção de grãos ou silagem.
A anistia no programa troca-troca de sementes era uma reivindicação dos agricultores, conforme explicou recentemente ao Sul21, o coordenador da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) , Douglas Cenci. Para ele, as medidas anunciadas hoje demonstram que o governo tem feito esforços no sentido de encontrar alternativas para auxiliar os agricultores, mas ainda são medidas pontuais e que não atendem por completo as necessidades dos agricultores que vivem uma situação desoladora. “Esperamos que as promessas de novos anúncios tragam notícias melhores e que estas medidas possam realmente chegar até os agricultores pois já estamos cansados de anúncios sem ação prática”, destaca Cenci.
O secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, destacou também a abertura de um edital adicional para o programa de sementes forrageiras. O programa, que já tinha encerrado o seu período para manifestação de interesse, permite o financiamento da aquisição de sementes forrageiras para a formação de pastagens. Os agricultores reivindicavam o adiantamento do programa.
O governo também afirma que estão entre as medidas prioritárias para este ano ações de irrigação e reservação de água, já anunciadas por meio do programa Avançar e que teriam encontrado obstáculos na sua execução em 2022. Limitações do período eleitoral e a homologação do Regime de Recuperação Fiscal teriam dificultado a execução do projeto que, segundo o secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes, terá andamento nas próximas semanas.
Dentro da estratégia de aprimorar a gestão da crise hídrica com políticas planejadas e estruturadas em dados, o Estado elaborou o Monitor da Estiagem. A ferramenta reúne dados atualizados da situação climática no Estado e também permite comparativos com as secas registradas em anos anteriores, como explicou a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann.
