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23 de outubro de 2022
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15:02

Roberto Jefferson resiste à prisão e atira contra agentes da Polícia Federal no Rio de Janeiro

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Sul 21
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Roberto Jefferson chegou a gravar vídeo contando ter atirado em agentes da Polícia Federal. Imagem: Reprodução
Roberto Jefferson chegou a gravar vídeo contando ter atirado em agentes da Polícia Federal. Imagem: Reprodução

Presidente de honra do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jefferson resistiu à prisão neste domingo (23) e atirou em agentes da Polícia Federal (PF), na cidade de Comendador Levy Gasparian, no Rio de Janeiro. Segundo a PF, dois agentes ficaram feridos por estilhaços de granada.

Fiel aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), ele teve sua prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-deputado está em prisão domiciliar depois de ter sido preso em agosto de 2021, acusado de integrar milícias digitais que ferem a democracia. Jefferson foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao STF, por incitação ao crime, ameaça às instituições e homofobia.

Uma das condições para usufruir do benefício da prisão domiciliar é não participar de redes sociais. Porém, na última sexta-feira (21), o ex-deputado divulgou vídeo, por meio da rede social da filha, com ofensas contra a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), chamando-a de “prostituta arrombada” ao ofendê-la devido a decisão judicial tomada pela ministra no âmbito das eleições.

Em vídeo divulgado neste domingo, Jefferson filma a própria televisão de casa, onde é possível ver os agentes da Polícia Federal parados próximos da sua casa. O ex-deputado então faz um discurso em que se coloca como uma vítima que está sendo perseguida, afirma que não vai se render e ainda convoca a população a “lutar” e seguir seu exemplo.

“A minha raiz está plantada, o que quero vocês sabem. O jogo que estou jogando, vocês sabem”, diz ele. Na sequência, a filmagem feita por Jefferson já mostra o automóvel da Polícia Federal com o vidro quebrado e ele anunciando que atirou nos agentes.

“Não me entrego, chega de abrir mão da minha liberdade em favor da tirania. Vou cair de pé”, afirma o ex-deputado e aliado de Bolsonaro. Jefferson ainda faz uma fala em que dá a entender pensar que o episódio pode levá-lo a morte. “Eu vou, se Deus quiser, vou embora, mas deixo plantado o meu exemplo”, comenta, e continua com convocações à luta contra o que chama de “tirania”.

Em outro vídeo divulgado pelo ex-deputado após o episódio, é possível ouvir uma voz feminina ao fundo lamentando o ocorrido, ao que Jefferson tenta explicar que não atirou nos policiais, mas “perto”.

“Não atirei em ninguém pra pegar. Atirei no carro e perto deles. Eram quatro, eles correram e falei: ‘Saí que vou pegar vocês’”, ele conta, enquanto segue a convocação das pessoas à luta e para “colocar a cruz de Cristo no topo do mundo”.

Pelo Twitter, Bolsonaro se manifestou sobre a atitude do aliado, repudiando a agressão verbal contra a ministra do STF Carmen Lúcia e a ação armada contra os agentes da Polícia Federal. O presidente, entretanto, equivale os dois episódios protagonizados por Jefferson aos inquéritos que tramitam na Suprema Corte, os quais o presidente alega não terem respaldo na Constituição.

Também pela rede social, o ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou que as ofensas contra a ministra Cármen Lúcia não podem ser aceitas por quem respeita a democracia. Para ele, foi criada na sociedade uma “máquina de destruição de valores democráticos” que leva ao comportamento violento cometido pelo ex-deputado do PTB. Lula ainda prestou solidariedade aos agentes da Polícia Federal feridos no cumprimento do seu dever.


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