Geral
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24 de outubro de 2022
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16:39

Em cinco anos, RS perde mais de 35% das estações rodoviárias

Por
Duda Romagna
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Foto: Guilherme Santos/Sul21
Foto: Guilherme Santos/Sul21

Conforme dados do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (DAER), de 2017 até 2022, o Rio Grande do Sul teve uma redução de 35,4% nas estações rodoviárias em funcionamento. Atualmente, 168 municípios disponibilizam o serviço, o que representa somente 33,8% das cidades gaúchas.

Em dezembro de 2018, segundo dados da página do DAER, havia 221 terminais em funcionamento no RS, uma diminuição de 15% (39) já em relação a 2017. Em março de 2021, 203 rodoviárias estavam ativas, sendo quatro novas e 22 desativadas em relação ao antigo número, uma diferença de 8,2% (18) no número total de rodoviárias. Pouco mais de um ano depois, em 2022, uma estação foi reaberta, duas foram criadas e 33 desativadas, totalizando 173, 30 a menos do que 2021 (14,8%).

O documento atualizado enviado pelo DAER à reportagem neste mês mostra que, atualmente, existem 168 rodoviárias funcionando. Seis estações foram desativadas desde junho e uma reaberta. Em quatro meses, o Rio Grande do Sul perdeu oito rodoviárias, uma diminuição de 4,5%. Entre as seis fechadas neste período estão as de Bom Princípio e São Sebastião do Caí, parte da Região Funcional de Planejamento 1 (RF1), de onde também faz parte Porto Alegre, a partir do conceito definido pelos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDEs). Essa regionalização foi definida pelo Estudo RUMOS 20151, com base em critérios econômicos, ambientais e sociais.Rodoviárias em funcionamento por Regiões Funcionais (RFs)

A região com uma relação mais desigual entre quantidade de municípios e rodoviárias é a RF9, da qual fazem parte municípios das sub-regiões Alto da Serra do Botucarai, Médio Alto Uruguai, Nordeste, Norte, Produção e Rio da Várzea. Somente 18,5% das cidades nessas regiões possuem estações em funcionamento.

Abaixo, com base nos dados de tabelas do DAER, estão dispostas as cidades que têm ou já tiveram o serviço, com o indicativo do período e da região.

Em nota sobre o fechamento das rodoviárias, o DAER informou que houve sensibilização com a situação e que “tomou todas as providências administrativas que estavam ao alcance da autarquia para reduzir os impactos provocados pela pandemia, tais como a diminuição das exigências necessárias para a operação e flexibilização do pagamento da outorga”.

Outro grande problema enfrentado é a falta de interesse nas licitações para concessões de terminais rodoviários. De 2019 a 2021, 72 editais terminaram fracassados ou desertos.

Em Porto Alegre, uma nova licitação para a rodoviária é discutida desde 2014, no governo de Tarso Genro (PT). Na época, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) constatou irregularidades no contrato firmado com a empresa que administra o terminal desde 1939. Em agosto de 2021, o edital para a troca da administração terminou sem interessados. A nova administração teria de embolsar R$ 86,7 milhões para melhorias em 25 anos de concessão.

“Devido à viabilidade econômica, muitos empresários não têm interesse em assumir os serviços, especialmente em cidades do interior onde a arrecadação é menor”, explica o DAER, em nota.


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