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15 de julho de 2022
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14:35

Polícia Civil descarta crime político em assassinato de tesoureiro do PT no PR

Por
Sul 21
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Marcelo Arruda foi morto a tiros por um bolsonarista em sua festa aniversário. Foto:  Reprodução/RBA/Twitter
Marcelo Arruda foi morto a tiros por um bolsonarista em sua festa aniversário. Foto: Reprodução/RBA/Twitter

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (15), a Polícia Civil do Paraná anunciou que o responsável pela morte do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu (PR) foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar perigo comum. Na coletiva, a Camila Cecconello descartou a qualificação como crime político.

Marcelo Arruda foi assassinado no último (9) quando celebrava sua festa de aniversário, que tinha como tema o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula.

Segundo a Polícia Civil, o policial penal Jorge Guaranho estava participando de um churrasco na mesma associação em que Arruda celebrava seu aniversário quando foi informado por uma pessoa com acesso às câmeras de vigilância do local sobre a realização da festa com temática do PT. Guaranho então foi para a festa para provocar os participantes, chegando ao local com seu carro — onde estavam sua mulher e um bebê — tocando uma música de apoio ao presidente Bolsonaro.

A polícia diz que uma discussão foi iniciada e que Marcelo jogou terra contra o veículo. Guaranho deixou o local, mas retornou em seguida, pegou a arma de seu carro e disparou quatro vezes contra Marcelo, que também estava armado e reagiu também acertando o policial penal. Camila Cecconello diz que o crime foi motivado por Guaranho se sentir humilhado.

Segundo a delegada, a qualificação do crime político foi descartada porque este enquadramento exigiria que Guaranho tivesse a intenção de impedir Marcelo de exercer seus direitos políticos. Questionada sobre isso durante a coletiva, respondeu:

“Para você enquadrar num crime político, que é a lei de crimes contra o estado democrático de direito, você tem alguns requisitos. Como, por exemplo, impedir ou dificultar uma pessoa de exercer seus direitos políticos. Então, é complicado a gente dizer que foi motivado ou que esse homicídio ocorreu porque o autor queria impedir o exercício dos direitos políticos daquela vítima. A gente analisa que, quando ele chegou no local, ele não tinha essa intenção de efetivar os disparos. Ele tinha intenção de provocar. E a gente avalia que esse acirramento da discussão entre eles e a escalada da discussão entre os dois é que acabou fazendo com o que o autor voltasse e praticasse o homicídio. Então, é muito difícil analisar os autos, com as provas que nós temos, e dizer que o autor foi até lá e voltou porque queria cessar os direitos políticos ou atentar contra os direitos políticos daquela pessoa. Parece uma coisa que acabou virando pessoal entre duas pessoas que discutiram, claro, por motivações políticas”.


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