Geral
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11 de junho de 2022
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09:12

Após 12 anos, censo demográfico do IBGE volta a ser realizado em 2022; entenda como funcionará

Por
Duda Romagna
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Foto: Acervo IBGE.
Foto: Acervo IBGE.

A partir do dia 1º de agosto, equipes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) voltam às ruas para realizar o Censo Demográfico de 2022. O estudo estatístico, que acontece a cada 10 anos, estava previsto para 2020, mas teve de ser adiado por conta da pandemia de covid-19.

Para tirar dúvidas quanto ao processo, confiabilidade e utilização dos dados, conversamos com Luís Eduardo Puchalski, coordenador operacional do Censo no Rio Grande do Sul. Confira:

É a maior pesquisa realizada pelo IBGE e os resultados do Censo vão influenciar a vida de todos que residem no país. Toda a distribuição de recursos para os municípios é proporcional ao tamanho da população. Todo o planejamento futuro do país depende do diagnóstico (das informações) que será produzido a partir do Censo 2022.

Todos os dados fornecidos ao IBGE são protegidos pelo sigilo estatístico. Jamais dados individuais de uma pessoa ou domicílio serão divulgados, ou repassados pelo IBGE a terceiros. A coleta dos dados tem por único objetivo a produção de estatísticas oficiais.

No Censo 2022 será possível responder ao questionário pela internet ou por telefone. Para que isso possa acontecer, inicialmente o recenseador irá visitar o domicílio para tentar realizar a entrevista presencialmente. Moradores que optarem, nesta primeira visita do recenseador, por responder pela internet receberão senha de acesso para o questionário de seu domicílio. Se após 7 dias da opção pela resposta pela internet o questionário não for respondido o recenseador retornará ao domicílio para realizar a coleta, necessariamente, em entrevista presencial.

No Rio Grande do Sul serão contratadas 11.232 pessoas para a coleta de dados. Todos os domicílios do país serão georreferenciados durante a operação censitária deste ano.

Indígenas e quilombolas serão identificados durante a coleta de modo que seja possível, ao final do Censo, produzir informações específicas sobre estes povos e comunidades tradicionais.

O Censo Demográfico está sendo preparado desde 2018 e desde então muitas operações testes foram a campo, mas a coleta de dados nos domicílios começará, de fato, no dia 1 de agosto de 2022. Todos os esforços do IBGE serão no sentido de concluir a coleta até o final deste ano. A operação tem uma previsão inicial de 3 meses, no entanto, é comum em operações deste porte que algumas porções de território tenham coleta por mais tempo em função, por exemplo, de dificuldades de acesso, o que pode ocorrer temporariamente, por exemplo, em função de uma enchente.

O último censo demográfico foi realizado em 2010. De lá para cá, nenhuma outra operação de campo foi realizada. As estimativas de população, produzidas por um modelo matemático, têm sido utilizadas desde 2011 para que tenhamos a população dos municípios do país, no entanto, depois de tanto tempo, é fundamental visitar todos os domicílios novamente para termos maior acurácia para estes dados. Além disso, o censo demográfico é a única pesquisa que permite um diagnóstico das condições de vida da população para todos os bairros, distritos e municípios do país, visto que todos os domicílios são visitados. Este diagnóstico permitirá avaliar a eficácia das políticas públicas implementadas nos últimos 11 anos, pela comparação dos indicadores entre os dados de 2022 e de censos anteriores, principalmente o de 2010. Esta avaliação será a base de qualquer planejamento futuro.

O Censo tem como primeiro objetivo contar a população. Precisamos, para a distribuição de recursos, saber o tamanho da população e como ela se distribui no território do país. Sem o censo não temos como produzir indicadores para todos os menores recortes territoriais do país e sem isso fica impossível avaliar a eficácia das políticas públicas.

O IBGE precisará da colaboração da população. Para termos um retrato fiel do país, as pessoas precisarão compreender a importância do Censo e, a partir disso, receber o recenseador do IBGE e prestar todas as informações solicitadas por ele. O IBGE está preparado para garantir a cobertura de 100% do território, no entanto, não há como concluir a operação com sucesso sem a participação da sociedade. Um problema que poderemos enfrentar refere-se ao acesso dos recenseadores aos moradores de domicílios localizados em condomínios. Será muito importante que síndicos e equipes de portaria e segurança destes condomínios colaborem com o IBGE e o Censo para que os recenseadores possam estabelecer diálogo com todos que residem nestes locais.

O recenseador deverá estar sempre com colete e boné do IBGE, além do seu crachá de identificação. Caso julgue insuficiente a vestimenta e o crachá, qualquer pessoa poderá solicitar a matrícula ou o número de identidade do recenseador. De posse destes dados, será possível ver se esta pessoa realmente trabalha para o IBGE no site respondendo.ibge.gov.br. Também é possível fazer esta checagem pelo telefone 0800 721 8181.


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