Educação
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10 de outubro de 2023
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07:04

Comunidade teme que fechamento temporário encerre aulas em escola do Menino Deus

Por
Duda Romagna
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Foto: Christopher Dalla Lana
Foto: Christopher Dalla Lana

Na manhã da quinta-feira (5), a comunidade da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Euclides da Cunha foi surpreendida com o anúncio de que a instituição deveria fechar suas portas em até 15 dias. A notícia foi dada pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), que alega que as aulas devem ser interrompidas devido ao risco de queda de um muro nos fundos da escola.

Os alunos do 5º ao 9º ano seriam transferidos para outras três escolas da região. Porém, o corpo docente e pais temem que o fechamento não seja temporário. Os problemas na estrutura são apontados desde 2014 pela direção da escola, que entende que não seja necessária a suspensão das aulas, somente a interdição de parte da área.

“Tenho esperanças que se sensibilizem vendo nossos alunos e que façam o isolamento de toda área de risco, porque dá para fazer e temos muito espaço na escola”, afirma a diretora Fabiana Silva.

Nesta segunda-feira (9), a comunidade escolar se reuniu no auditório da instituição e organizou uma comissão para levar a reivindicação pela continuidade das atividades da escola à 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e à Seduc. O grupo demandou ainda agilidade no encaminhamento das obras.

Uma nova avaliação da estrutura deve ser feita na quarta (11), com a presença de representantes da Seduc e da CRE. A equipe técnica da Coordenadoria informou à escola que a reforma duraria cerca de quatro meses. O processo de licitação para a obra está em fase final, porém duas das empresas contempladas desistiram de realizar o serviço. O custo estimado é de R$ 50 mil.

A diretora-geral do 39º núcleo do Cpers, Neiva Lazzarotto, pontua que a obra deveria ter sido realizada antes, se fosse realmente um risco para os estudantes. “Se esse muro tem risco de atingir as pessoas, por que não interditaram a escola antes? Desde 2014, ou desde 2021, quando a própria diretora chamou a Defesa Civil. Se tem perigo, por que o prédio que faz divisa com a escola não está interditado?”, questiona.

Para a presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, Sofia Cavedon (PT), é importante notar que o fechamento pode estar ligado às políticas de “enxugamento” das escolas da rede estadual, o que justifica o medo da comunidade de não ser temporário.

“A escola já é uma vítima do enxugamento dos últimos anos, pois foram fechando os primeiros anos, por conta dessas políticas. O ano letivo tem que ser concluído com seus professores e colegas, com o seu grupo. Nós vamos impedir essa medida absurda de transferir alunos para outras escolas”, afirma a deputada.


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