Educação
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29 de novembro de 2021
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19:01

Por falta de respaldo, pesquisadores da Capes anunciam renúncia coletiva

Por
Sul 21
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 Foto: Divulgação
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Em carta aberta publicada nesta segunda-feira (29), coordenadores de avaliação e consultores da área de Matemática/Probabilidade e Estatística (MAPE) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciaram um pedido coletivo de renúncia das funções. O motivo, segundo a carta endereçada à Diretoria de Avaliação da Capes, é a falta de respaldo e de apoio por parte da agência.

O documento, assinado por três coordenadores e 28 consultores, destaca que um dos problemas está relacionado à falta de apoio da Capes à Avaliação Quadrienal 2017-2020, que está suspensa por decisão judicial. “Chama-nos a atenção que a recente tentativa de suspensão da liminar tenha sido apresentada pela Capes sem qualquer urgência, apenas depois de dois meses. Esta, inclusive, foi uma das justificativas para o indeferimento do efeito suspensivo”, diz o documento.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a estes profissionais se somam outros três coordenadores e 18 consultores da área de Astronomia/Física que também pediram desligamento das funções desde a semana passada.

Os pesquisadores que assinam a carta divulgada nesta segunda afirmam que, na atual situação, seria quase impossível retomar a avaliação e, mesmo na eventualidade disso ocorrer, ela não atenderia aos padrões de qualidade necessários. Além disso, destacam que a Capes foi indagada sobre a extensão dos mandatos dos atuais coordenadores e não se manifestou. “Por esta razão, podemos supor com segurança que não interessa à agência contar com o nosso trabalho para uma eventual conclusão da avaliação”, dizem.

Um segundo problema apontado pela carta é o fato de que, apesar da avaliação estar paralisada, a Capes anunciou um edital de Apresentação de Propostas de Cursos Novos (APCN), enquanto os pesquisadores acreditam que a criação de novos cursos deveria ser precedida pela conclusão da avaliação.

A carta destaca aponta que os profissionais foram pressionados para acelerar a liberação de cursos à distância. Eles afirmam foram instados que, âmbito da discussão sobre a APCN, a escrever documentos a respeito do Ensino à Distância (EaD), mas só tiveram dois dias para isso, o que consideram que não seria um prazo adequado.

“Ao aceitarmos trabalhar para a Capes, todos nós tínhamos ciência do desafio assumido. Procuramos desempenhar nossas tarefas com responsabilidade e apreço pelos melhores critérios acadêmicos e científicos. Tivemos oportunidade de trabalhar com colegas de diversas áreas e com técnicos de alto gabarito. Nunca esperamos que nossas ideias fossem simplesmente acatadas. No entanto, gostaríamos de poder trabalhar com previsibilidade, respeito aos melhores padrões acadêmicos, atenção às especificidades das áreas e, principalmente, um mínimo de respaldo da agência. Tais condições não têm se verificado nos últimos meses. Lamentamos que nosso trabalho se encerre sem termos concluído nossa tarefa principal, mas as razões para esta triste situação fogem do nosso controle”, diz a carta.

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