Educação
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9 de novembro de 2021
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14:45

Cpers apresenta proposta para indenizar gastos dos professores durante ensino remoto

Por
Luciano Velleda
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Professores cobram a reposição salarial dos 7 anos sem aumento. Foto: Luiza Castro/Sul21
Professores cobram a reposição salarial dos 7 anos sem aumento. Foto: Luiza Castro/Sul21

Como tem acontecido há muitos meses, o Cpers realizou nesta terça-feira (9) mais um ato cobrando do governo estadual a reposição salarial dos professores. Segundo o sindicato, as perdas salariais da categoria estão em 47,8% devido aos sete anos sem aumento. O último reajuste ocorreu em novembro de 2014.

A manifestação começou em frente ao Instituto de Educação Flores da Cunha (IE). A escola está fechada para reformas há seis anos, porém as obras estão paradas desde setembro de 2019. Recentemente o governo de Eduardo Leite (PSDB), após dois anos de silêncio sobre a situação do Instituto, anunciou recursos para a conclusão das obras de restauro e uma série de novos projetos no local.

Da frente do Instituto de Educação Flores da Cunha, os professores e funcionários de escola seguiram em passeata até o Palácio Piratini. Além da reivindicação da reposição salarial, o Cpers entregou ao governo estadual a proposta de um projeto de lei para ressarcir as despesas dos servidores da área de educação relativas ao desenvolvimento do trabalho remoto durante a pandemia.

“No decorrer da realização das atividades em período pandêmico, os servidores da área de educação que atuaram em home office, consequentemente aumentaram despesas de luz, internet, uso de aparelhos eletroeletrônicos, entre outras (conforme estudo aplicado pelo DIEESE), ou seja, oneraram a si, com aumento considerável dos gastos domésticos antes não existentes”, explica trecho da proposta.

“Certamente, é de conhecimento notório e geral que, para que fossem cumpridas as obrigações decorrentes do ensino remoto, foram gastas muitas horas de energia elétrica, internet extra, equipamentos que permitiam a participação em lives, atendimentos à comunidade escolar, reuniões pedagógicas, entre outros compromissos de cunho profissional. Os servidores ficaram à disposição da administração pública, portanto, realizando as tarefas por ela impostas”, completa o documento.

O Cpers justifica que muitos dos gastos feitos pelo governo na escola, com a pandemia e o ensino remoto, foram feitos pelos próprios educadores. E cita como exemplo o Estado do Rio de Janeiro, que já implementou modelo de indenização aos servidores da educação, com a previsão de ressarcimento das despesas para o desenvolvimento e aplicação do ensino remoto, “a fim de adequar o orçamento público à realidade da situação vivida pelos servidores da educação”.

Com base em estudo realizado pelo Dieese para dimensionar os gastos dos professores durante o período de aulas on-line, o Cpers pleiteia a indenização no valor de R$ 3.300,00 para todos os educadores ativos da rede estadual do Rio Grande do Sul. De acordo com o Cpers, o governo estadual economizou R$ 242 milhões com diversas despesas em função do trabalho remoto, enquanto os educadores assumiram custos com reajuste acima da inflação.

Após entregar a proposta do projeto de lei (PL) ao Executivo, membros da direção do Cpers foram fazer o mesmo em gabinetes de deputados estaduais na Assembléia Legislativa. “Pedimos para o governo dar retorno sobre o PL e agora queremos que os deputados e o presidente da Assembleia também pressionam o governo”, afirmou Helenir Aguiar Schürer, presidente do Cpers.

Cpers entregou a proposta do projeto de lei para indenizar gastos realizados durante a pandemia. Foto: Luiza Castro
Professores das escolas estaduais estão sem reajuste desde 2014. Foto: Luiza Castro
Ato dos professores encontrou outras categorias também mobilizadas no centro da Capital. Foto: Luiza Castro
Segundo o sindicato, as perdas salariais da categoria estão em 47,8%. Foto: Luiza Castro

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