O prazo para que os municípios do Rio Grande do Sul atendidos pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) assinassem aditivos nos contratos se encerrou na última quinta-feira (16) e mais de 70% das cidades decidiram não aderir à privatização do serviço. O prazo estava estabelecido na Lei Estadual nº 15.708/21, aprovada recentemente e que autoriza a privatização da Companhia.
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Para o presidente do Sindiágua, Arilson Wünsch, a baixa adesão representa uma vitória para quem defende o serviço público e uma derrota para quem deseja entregar os serviços de água e esgoto do RS à iniciativa privada.
“A tentativa fracassada do governador Eduardo Leite e do presidente da Corsan para entregar os serviços de saneamento aos amigos da iniciativa privada enfrenta muita resistência na maioria dos gestores municipais”, destacou o dirigente, nesta sexta-feira (17), após o balanço apresentado pela empresa.
Segundo o Sindiágua, nos últimos 90 dias o governo estadual desembolsou mais de R$ 3 bilhões enviando recursos aos municípios com a intenção de que os prefeitos assinassem o aditivo.
“Apesar da tentativa de comprar a outorga, mais de 70% dos 307 municípios atendidos pela Companhia disseram não à privatização. Ao invés do governador destinar recursos aos municípios para aderir à privatização, poderia investir no saneamento”, comentou Wünsch, enfatizando que a ação do governo revela que a preocupação não é o saneamento, e sim interesses econômicos e trocas políticas com interesse eleitoral.
O presidente do Sindiágua afirmou que a entidade seguirá mobilizada para assegurar a água e o saneamento básico como direito social, humano e essencial.
Por parte do governo de Eduardo Leite (PSDB), a assinatura de 74 aditivos foi celebrada por representar cerca de 52% do faturamento da empresa, incluindo 9 dos 10 maiores contratos da Corsan. A aditivação abrange 3,6 milhões de clientes, do total de 7,3 milhões de usuários da Corsan.
Assinaram aditivos com a Corsan, estendendo assim a vigência dos contratos até 31/12/2062, os seguintes municípios (por ordem de faturamento): Canoas, Santa Maria, Gravataí, Passo Fundo, Rio Grande, Alvorada, Viamão, Cachoeirinha, Bento Gonçalves, Esteio, Santa Rosa, Tramandaí, Alegrete, Cruz Alta, Gramado, Montenegro, Vacaria, Imbé, São Borja, Sapiranga, Osório, Panambi, Dom Pedrito, Taquara, Estância Velha, Eldorado do Sul, Estrela, Rio Pardo, Santo Antônio da Patrulha, Arroio do Sal, São Jerônimo, Balneário Pinhal, Encruzilhada do Sul, Três Coroas, Nova Petrópolis, Nova Hartz, Tupanciretã, Júlio de Castilhos, Triunfo, Rolante, São José do Norte, Bom Retiro do Sul, Tenente Portela, Salto do Jacuí, Agudo, Palmares do Sul, Glorinha, Chapada, Faxinal do Soturno, General Câmara, Terra de Areia, Condor, Cambará do Sul, Barracão, Erval Seco, Pejuçara, Redentora, Mostardas, Mata, Dona Francisca, Santa Maria do Herval, Vila Nova do Sul, Aceguá, Paverama, Áurea, Marques de Souza, Inhacorá, Mariano Moro, Barão do Triunfo, Dilermando de Aguiar, Tavares, São José do Herval, Rio dos Índios e Itapuca.
