Cultura
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6 de dezembro de 2022
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14:11

Documentário premiado sobre tradição do Yoga e suas contradições estreia em Porto Alegre (8)

Por
Sul 21
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"Muco" já recebeu 21 prêmios internacionais, sendo 13 de melhor documentário. (Divulgação)

Os primeiros princípios éticos do Yoga (Yamas) conduzem a trama do documentário “Muco: Contradição na Tradição”, dirigido por Oberom, que estreia nesta quinta-feira (8). Em Porto Alegre, o filme entrará em cartaz no Bourbon Country. A produção é de Céu Bittencourt, Oberom, Orlando Chavatta e Samadhi e a distribuição de Gurují Filmes.

“Muco” foi selecionado em 40 festivais internacionais e recebeu 21 prêmios, sendo 13 de Melhor Documentário. Entre os entrevistados do doc estão Sri Sri Ravi Shankar, Vandana Shiva, Chidananda Sarasvati, Swami Ramakrishnananda, Satish Kumar, Sunita Narayan, Maneka Gandhi, Antônio Donato Nobre, Swami Atma, David Frawley, Dharma Mittra, Sharon Gannon e Alecrim Correa.

“O Yoga é indissociável da Natureza. Ignorar a devastação ambiental é ignorar a essência do Yoga, que não há separação”, explica Oberom. “Há um ensinamento na Índia que diz: ‘Vasudhaiva Kutumbakam’, que significa ‘O mundo é uma família’”, resume. Oberom é professor de Yoga formado em Educação Física com pós-graduação em Nutrição Humana e Saúde pela UFLA e em Yoga pelo Instituto Lonavla (Índia). É facilitador do Prana Prasakti (retiro de 21 dias) no Portal Parvati, Minas Gerais, ativista e autor dos livros: “Viajando na Luz”, “No Fluir da Felicidade” e “Vegan Yoga”. Também leva grupos para Índia e planta árvores.

O filme apresenta dois irmãos brasileiros que viajam à Índia a fim de entender as implicações que a prática milenar tem em nossa sociedade atual e no meio ambiente. O documentário que desvela verdades ocultas da Índia também desvenda elementos do imaginário Ocidental acerca das tradições espiritualistas da Ásia. Caminha entre crenças e hábitos presentes no mundo do Yoga, mas que afetam toda a humanidade. Uma obra que, com a ajuda de mestres, professores e cientistas, revela fatos que podem mudar o mundo.

“Os Yamas formam a base ética da sociedade hindu, porém os preceitos ali encontrados coincidem com os mesmos das bases cristãs, budistas e muçulmanas; são diretrizes para o convívio harmônico de qualquer agrupamento humano, que pode incluir também agnósticos e ateus. Sendo assim, o documentário se comunica com toda a sociedade, não apenas com os praticantes de Yoga”, explica Oberom.

Do norte da Índia ao sul, da costa oeste à costa leste, a equipe viajou por quatro meses, passando por cidades como Delhi, Mumbai, Bangalore, Channai, Tiruvanamalai, Rishikesh e muitas outras, visitando centros espirituais (ashrams), eventos populares, lugares considerados sagrados para a fé local e documentando pontos sensíveis que afetam a saúde da população por conta da degradação ambiental. Foram feitos registros em áreas remotas, acompanhando agricultores e pecuaristas, como em festivais de dança clássica indiana, de música e de práticas espirituais coletivas.

“Em 2017, a equipe também viajou os Estados Unidos de leste a oeste, passando por New Haven, Nova York, Washington D.C., Santa Fé, Los Angeles, Santa Cruz, São Francisco e algumas outras cidades, sempre de maneira breve, numa ligeira busca que não chegou a completar um mês, mas que proporcionou grandes encontros com personalidades fundamentais para discutir nosso momento planetário”, relata o diretor.

Ao longo da jornada desvelam-se verdades ocultas da Índia que colocam em xeque a própria tradição do Yoga. “Somos a geração mais decisiva de nossa história, está nas escolhas diárias de nossa sociedade atual o que determinará se vamos colocar uma vírgula ou um ponto final na humanidade”, diz ainda o diretor.


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