Julgamento Lula
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22 de janeiro de 2018
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19:36

Advogado entrega resumo da defesa ao TRF4: ‘Não há nenhum crime praticado pelo Lula’

Por
Luís Gomes
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Advogado de Lula, Cristiano Zanin, deixa TRF4 após reunião com desembargador Leandro Paulsen | Foto: Guilherme Santos/Sul21

Luís Eduardo Gomes

De táxi, carregando duas grandes malas cada um, advogados do ex-presidente Lula chegaram por volta das 15h45 desta segunda-feira (22) ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, para uma reunião com o desembargador Leandro Paulsen, um dos três magistrados que irão participar do julgamento da próxima quarta-feira (24). Apesar de o tribunal já estar fortemente cercado pelas forças de segurança, a dupla quase passou despercebida pela entrada do portão e optou por não falar com a imprensa. Na saída, o advogado Cristiano Zanin Martins parou para uma breve conversa e explicou aos jornalistas que o objetivo da reunião era entregar um “memorial” do recurso da defesa, isto é, uma versão resumida das alegações que fundamentam o recurso do ex-presidente em segunda instância. Após cinco minutos de conversa, pegaram outro táxi e deixaram o local.

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Zanin destacou que a conversa com o desembargador foi absolutamente cordial. “Sem nenhum tipo de detalhe que mereça registro, a não ser a própria entrega do memorial, que o desembargador disse que vai ler e vai analisar e levar em consideração no voto que irá proferir na próxima quarta-feira”, disse.

Questionado sobre o conteúdo dos documentos entregues, respondeu: “O nosso recurso tem cerca 500 páginas, aponta uma série de ilegalidade cometidas, não só na sentença, mas também em todo o processo em primeira instância e o memorial é uma forma de resumir e destacar alguns pontos fundamentais desse recurso”, afirmou.

Cristiano Zanin disse à imprensa que irá provar a inocência de Lula no dia 24 | Foto: Guilherme Santos/Sul21

Zanin disse que a expectativa dos advogados é que o ex-presidente seja absolvido e que os argumentos e fundamentos já entregues ao tribunal e a serem apresentados na próxima quarta-feira irão provar a inocência do ex-presidente. “Nós apontamos vários nulidades no processo e também mostramos que o caso não é só de ausência de prova ou de culpa, o caso é que não há nenhum crime praticado pelo ex-presidente Lula. Nós fizemos a prova da inocência e esperamos que o tribunal possa reconhecer essa prova e reverter a sentença que foi proferida”, disse.

Apesar de se tratar de um caso que foge da normalidade, com o julgamento tendo se transformado em uma questão mais política do que jurídica, Zanin disse não temer uma situação de cartas marcadas. “A minha expectativa é que o tribunal possa dar ao ex-presidente um julgamento justo, imparcial, independente, porque essa é uma garantia fundamental, não só do ex-presidente Lula, mas de todo e qualquer brasileiro”, disse.

O advogado ainda ponderou que, a princípio, nenhum fato novo será apresentado pela defesa, apenas o que consta nos autos e no processo, mas que isso poderá vir a ocorrer até a próxima quarta-feira, se surgir uma novidade no caso.

Questionado se o ex-presidente estará em Porto Alegre para participar de um ato político marcado para o final da tarde desta terça-feira (23), Zanin disse que ainda não tem informações a respeito e que não conversou com Lula sobre sua possível vinda a capital gaúcha.

No final da tarde desta segunda, os advogados retornam ao tribunal para entregar o memorial ao desembargador Victor Luis dos Santos Laus. Na sexta-feira, eles já haviam entregue documentos para João Pedro Gebran Neto.

Advogados pegaram táxi carregando as malas com os documentos levados para o TRF4 | Foto: Guilherme Santos/Sul21

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