Da Redação
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) registrou mais duas ameças de mortes de agentes que atuam na defesa da comunidade quilombola de Pirapemas, no Maranhão. Após as ameaças de morte, a CPT acionou Anistia Internacional, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e a Secretaria de Segurança do estado.
De acordo com a CPT, o fazendeiro Edmilson Pontes de Araujo declarou em uma audiência que precisa “passar o fogo de vez em quando”. Ele fazia referência ao advogado Diogo Cabral e ao padre Inaldo Serejo, que acompanha a situação destas comunidades quilombolas. A disputa envolve mais de mil hectares de terras tradicionais, segundo relato do advogado.
“Vários outros têm sido ameaçados constantemente, seja por particulares, seja por policiais. É uma situação que temos denunciado há bastante tempo. Vêm as ameaças, depois as tentativas de homicídio e depois os homicídios. E fica por isso mesmo”, disse Cabral.
O advogado destacou que o Estado apresenta uma das maiores concentrações de terras do país e que 76% da população é negra e 40% vivem no campo. “O que ocorre é uma explosão de violência. Ficam de um lado os trabalhadores rurais quilombolas com seus direitos territoriais ameaçados e, de outro lado, os fazendeiros, empresários, sojicultores e criadores de búfalo ameaçando, incendiando casas.”, denuncia Cabral.
Com informações da Comissão Pastoral da Terra