Débora Fogliatto
Na semana passada, a ex-secretária estadual e vereadora suplente pelo PT, Ariane Leitão, relatou em seu Facebook que seu filho, de um ano de idade, teve atendimento negado por uma pediatra pelo fato de Ariane ser petista. O caso teve grande repercussão, a ponto de assustar a ex-secretária, que classificou o episódio inicialmente como “falta de empatia”. Nesta quarta-feira (30), porém, a situação tomou proporções maiores devido a declarações do presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) ao jornal Diário Gaúcho e à publicação de uma nota no site da entidade sobre o caso.
O sindicato endossou a atitude da pediatra, afirmando que a conduta dela não foi errada ao se negar a atender a criança. O Simers argumenta que a declaração dada pelo presidente Paulo de Argollo Mendes ao DG, de que a médica “deveria se orgulhar” do que fez segue a ética médica. “A declaração confirma o posicionamento do Simers a respeito do cumprimento do Código de Ética Médica, o qual garante que ‘o médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente. O Simers reforça sua posição apartidária e de respeito a todos os cidadãos”, afirmou a entidade.
Para Ariane, a intenção de Argollo é “transformar isso em uma disputa política”, o que não cabe na situação. “Agora o caso não é mais sobre o meu filho, é sobre a intolerância de um modo geral. Estamos tratando de discriminação, violência e intolerância. De violação aos direitos humanos das crianças. É um tremendo oportunismo querer transformar isso em politicagem”, defendeu.
A ex-secretária de Políticas para as Mulheres denunciou a profissional no Conselho Regional de Medicina (Cremers), o qual irá abrir uma sindicância. A médica tem 15 dias para apresentar sua defesa.