Saúde
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21 de março de 2022
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18:34

RS registra primeira morte por dengue em 2022 e caso acende alerta de preocupação

Por
Sul 21
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Foto: Divulgação/SES
Foto: Divulgação/SES

O Rio Grande do Sul confirmou a primeira morte por dengue no ano de 2022. Ocorrida na última semana, a vítima é uma mulher de 76 anos, residente de Chapada, município do Norte do Estado. Além desse óbito, já foram registrados no RS este ano outros 752 casos de dengue contraídos dentro do Estado (autóctones).

O óbito ocorreu em 9 de março, seis dias após ela iniciar com sintomas de febre, cefaleia (dor de cabeça), dor retro-orbital (dor atrás dos olhos), mialgia (dor muscular), artralgia (dor nas articulações) e náuseas. A paciente tinha como comorbidades hipertensão arterial sistêmica e doença pulmonar obstrutiva. Exames laboratoriais identificaram que ela teve o vírus do sorotipo DENV-1, um dos quatro subtipos da dengue.

Em 2021, foram 11 mortes confirmadas por dengue no RS, contra seis no ano anterior. Segundo o governo estadual, a primeira morte registrada em 2022 serve de alerta para a necessidade de medidas de prevenção contra o mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti.

Em Porto Alegre, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem realizado ações de controle ambiental para diminuir o risco de transmissão do vírus da dengue. Nesta terça-feira (22), das 8h30 às 17h, equipes da Diretoria de Vigilância em Saúde estarão nos bairros Jardim Carvalho, Vila Nova, Passo das Pedras e Partenon, neste último com bloqueio químico e aplicação de inseticida.

A Capital já contabiliza 243 casos confirmados de dengue em 2022, sendo 236 contraídos na cidade. Em todo o ano passado, foram 83 registros. Os casos são registrados em todas as regiões da cidade, com prevalência nos Distritos Sanitários Leste e Centro Sul, com 128 e 46 casos, respectivamente.

“Neste momento, é fundamental o olhar de cada pessoa, pois pequenos recipientes deixados ao ar livre acabam se transformando em criadouros do mosquito”, alerta o diretor de Vigilância em Saúde, Fernando Ritter.

Os ovos não são postos na água, e sim na borda de recipientes – como latas e garrafas, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos de vasos de plantas ou qualquer outro que possa servir para armazenamento -, milímetros acima do nível da água. Quando chove, o nível da água sobe e entra em contato com os ovos, que eclodem em pouco mais de 30 minutos. Em um período que varia entre cinco e sete dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito.

O Rio Grande do Sul possui neste momento 433 municípios considerados infestado pelo Aedes aegypti. É o maior número de cidades nessa situação na série histórica do monitoramento, realizado desde 2000. Os dados constam no Informativo Epidemiológico de Arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos) da Secretaria Estadual da Saúde (SES) divulgado na última semana.

O expressivo número de casos e a larga distribuição do inseto pelo RS levam a SES a reforçar junto a população as medidas de prevenção. A principal ação é a eliminação de locais com água parada, que servem de pontos para o desenvolvimento das larvas do mosquito. Essa proliferação acontece em maior volume nesta época do ano, que alia temperaturas altas com chuvas mais recorrentes.

Aedes aegypti tem em média menos de 1 centímetro de tamanho, é escuro e com riscos brancos nas patas, cabeça e corpo. O mosquito costuma ter sua circulação intensificada no verão, em virtude da combinação da temperatura mais quente e chuvas. Para se reproduzir, ele precisa de locais com água parada. Por isso, o cuidado para evitar a sua proliferação busca eliminar esses possíveis criadouros, impedindo o nascimento do mosquito.

Os depósitos preferencias para os ovos são recipientes domiciliares com água parada ou até na parede destes, mesmo quando secos. Os principais exemplos são pneus, latas, vidros, cacos de garrafa, pratos de vasos, caixas d’água ou outros reservatórios mal tampados, entre outros.

Entre as medidas preventivas que em casa a pessoa pode fazer estão:

  • Manter tampada a caixa d’água, assim como tonéis ou latões que estejam expostos à chuva
  • Guardar pneus velhos sob abrigos
  • Não acumular água em vasos de plantas ou nos pratos onde ficam (cobrir com areia)
  • Manter desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises
  • Colocar embalagens de vidro, plástico ou lata em lixeira fechada
  • Manter a piscina tratada o ano inteiro

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