Da Redação
Os principais veículos de comunicação do Uruguai afirmam que hoje à noite o presidente José Mujica irá anunciar um pacote de 16 medidas que fazem parte da guerra deflagrada pelo governo ao consumo e ao tráfico de cocaína, que tem gerado um aumento da violência no país. Uma dessas medidas será o controle e a comercialização da maconha por parte do Estado, como forma de fazer com que os usuários não tenham que recorrer a bocas de fumo para adquirir a substância e, assim, financiarem esses traficantes e ficarem suscetíveis à oferta de cocaína e outras drogas mais pesadas.
Mujica já vinha elaborando um projeto de lei nesse sentido junto a integrantes do seu gabinete de segurança e a um conjunto de técnicos de outras áreas. O texto ainda precisará passar por votações no Senado e na Câmara dos Deputados. O site de notícias Subrayado antecipou a informação nesta terça-feira (19) e detalhou as intenções do governo.
O projeto pretende criar um cadastro nacional de usuários de maconha, que poderiam comprar de forma legal e a preços acessíveis até 40 cigarros por mês para consumo individual – limite estabelecido por médicos, segundo o governo uruguaio. O Estado exerceria o controle de qualidade da substância e sobretaxaria os cigarros com um imposto destinado à reabilitação de dependentes químicos. Ainda não se sabe, porém, onde serão vendidos os cigarros de maconha.
Em uma entrevista concedida no dia 25 de maio ao jornal Brecha, o presidente José Mujica disse que, pessoalmente, não tem uma posição favorável à legalização da maconha, mas considerou que não tem autoridade moral para impedir o uso, já que sempre fumou cigarro. “Não tenho uma posição favorável, mas não tenho autoridade moral para impedir que se cultive, já que fumei tabaco durante toda a minha vida. Vou agora ser um velho conservador? Mas, como tudo na vida, deve haver limites. Não há problema em se fumar um par de baseados, mas, claro, não é o mesmo que passar o dia inteiro chapado”, disse o presidente na ocasião.
Com informações do jornal Subrayado.