Da Redação
Nos últimos três dias, o Egito registrou os conflitos de rua mais graves desde o final de novembro do ano passado, quando começou o movimento popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak em feveiro. A população segue protestando no país, pois a queda do déspota não foi sucedida de eleições democráticas. O vazio de poder acabou sendo ocupado pelas Forças Armadas, que ainda detém o comando do país árabe.
Pelo menos dez mortos, quase 500 feridos e mais de 180 pessoas foram detidas em três dias de confrontos entre manifestantes civis, a polícia e militares no centro do Cairo, a capital egípcia.
A agência de notícias estatal egípcia (Mena) informou que 164 pessoas foram acusadas e levadas a um tribunal por participação em ataques contra membros das Forças Armadas e da polícia. Mas vídeos que circulam pelas redes sociais exibem cenas chocantes e brutais da repressão militar contra os manifestantes civis.
Apesar das imagens, o primeiro-ministro, Kamal al-Ganzuri, disse que está em curso uma “contrarrevolução”, que não é feita pelos “jovens da revolução”, e assegurou que “nem o Exército nem a polícia abriram fogo” contra os manifestantes.
Os ativistas reclamam o fim do poder militar, enquanto prossegue a segunda fase das eleições legislativas. A primeira fase, realizada em um terço do país, deu 65% dos votos aos partidos islâmicos, dos quais 36% para a Irmandade Muçulmana e 24% para os fundamentalistas salafitas.
Com informações da Agência Lusa.