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16 de março de 2011
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00:32

Base governista dorme no ponto e Assembleia não vota projetos por falta de quórum

Por
Sul 21
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Felipe Prestes

Ramiro Furquim/Sul21

Os deputados compareceram em peso à sessão plenária desta terça-feira (15) na Assembleia Legislativa. Sete projetos enviados pelo governo e três vetos seriam votados hoje, mas a votação não ocorreu por uma destas coisas surreais que a política brasileira nos oferece. Ao perceberem que a base aliada não contava com deputados suficientes em plenário no momento em que seria verificado o quórum para a ordem do dia (quando começa, de fato, a se discutir a pauta), parte dos parlamentares de oposição presentes não registrou presença.

A prática não é novidade. O próprio líder da bancada do PT, Daniel Bordignon, reconhece que, quando os atuais governistas estavam na oposição, já utilizaram expediente semelhante. Apesar disso, Bordignon afirmou que se tratava de uma “manobra de grêmio estudantil” da oposição. “É uma manobra, mas não é condenável”, resumiu o petista.

“Eles chuparam bala com papel”, afirmou o líder da bancada do PMDB, Giovani Feltes, argumentando que a responsabilidade de dar quórum era do governo, que tinha o interesse em votar os projetos. Feltes disse que a estratégia da oposição serve para que se discuta mais os projetos, que sofrem várias críticas pela oposição. Além disso, o peemedebista acredita que há um “efeito político” nesta estratégia. “O deputado Bordignon vive dizendo que tem maioria, isso mostra que não é bem assim”, alfinetou. Alvo principal das críticas da oposição na Assembleia, Bordignon nega que queira “atropelar” a discussão porque o governo tem maioria. “Não é verdade, nunca falo que temos maioria”. E considera normal que seja o alvo, por ser o líder da bancada do PT, maior partido da base governista e, segundo ele, ter “posições firmes”.

Governistas minimizam deslize

Miriam: "Não houve manobra" (Foto: Ramiro Furquim/Sul21)

Tanto Daniel Bordignon quanto a líder do governo, Miriam Marroni (PT), minimizaram o cochilo dos governistas. Embora reconheça que o termo “cochilo” possa ser utilizado para descrever o que ocorreu, Bordignon afirma que os deputados estão acostumados a dar entrevistas, tirar fotos, atender cidadãos, enquanto a sessão vai se desenrolando. Ocorre que, nesta terça (15), os próprios líderes decidiram que não haveria grande expediente, momento que antecede a pauta do dia, em que os deputados se pronunciam sobre temas quaisquer, em que ocorrem homenagens.

Assim, o início da pauta ficou marcado para 14h15min pelos próprios líderes, mas, como revela Bordignon, o governo não imaginava que a oposição iria colocar um obstáculo à votação, inclusive porque todos os líderes haviam acordado as datas das próximas votações. “Pode se dizer que subestimamos a oposição”, reconhece.

A líder do governo, Miriam Marroni, ao contrário, diz que o governo não subestimou os deputados da oposição. “Não se trata de salto alto. O clima era tranquilo, porque o processo de discussão com a oposição havia sido muito bom, por isso ninguém se preocupou com o quórum”.

Ramiro Furquim/Sul21

Marroni afirmou reiteradas vezes aos repórteres que “não há problema” para o governo de que os projetos sejam votados todos nesta quarta-feira (16). Segundo ela, o único problema é a quantidade de projetos a serem votados no mesmo dia. A parlamentar diz que o regime de urgência destes projetos que seriam votados hoje não significa que um dia a mais para votar seja um problema. Ela também evitou criticar a oposição: “Não houve manobra. Houve uma distração de deputados do governo e da oposição”.

Votação do pacote

Na reunião de líderes, que ocorreu antes da sessão plenária, ficou acertado que um conjunto de 29 matérias seria dividido para votação nesta terça (15) e quarta (16). Agora, segundo o regimento interno da AL, as 29 proposições deverão ser votadas nesta quarta. Se não houver tempo para apreciar todos os projetos e vetos, deve haver votação na quinta-feira (17). Outro conjunto de projetos, entre eles o reajuste do salário mínimo regional, deverá ser votado na terça e na quarta da semana que vem (22 e 23 de março).


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