Últimas Notícias>Política
|
14 de maio de 2010
|
13:02

Sabatinas trazem pré-candidatos a Porto Alegre

Por
Sul 21
[email protected]

Clarissa Pont

[email protected]

Com a presença da ex-ministra Dilma Rousseff (PT), teve sequência nesta quarta-feira, entrevistas com os pré-candidatos à presidência. Na série Painéis RBS, o ex-governador José Serra (PSDB) foi entrevistado na semana passada.  Ao ser questionado sobre a construção da ponte do Guaíba, o pré-candidato tucano assumiu um compromisso: “Vou fazer a segunda ponte do Guaíba. Vou providenciar de cara. Entrarei trabalhando desde o primeiro dia”.

Foto Radio Itatiaia/flickr

Amplamente divulgada, a promessa acabou por pautar também a participação de Dilma Rousseff no mesmo programa da RBS. Segundo ela, “a ponte é fundamental”, mas a obra não será imediata porque demanda estudos aprofundados. “Só há um jeito de fazer a ponte no dia seguinte: é usar o meu projeto, o estudo de viabilidade técnica. A ponte não cai do céu”, disse, grifando que são necessárias avaliações do fluxo de tráfego, além de análise ambiental e estrutural. “Vamos ter duas pontes de duas mãos desaguando o tráfego na BR-116. Precisamos cuidar para não transferir o gargalo da ponte para a rodovia”.

Além disso, Serra defendeu reformulações no Mercosul, bloco que ele vem criticando em entrevistas. Segundo ele, a entrada da Venezuela aumenta a fragilidade do bloco econômico. “O Mercosul tem que se fortalecer. Recuamos no sentido do livre comércio. Vamos consolidar esse livre comércio e, no futuro, caminhar para um comércio comum. A política externa tem de estar voltada para o Brasil”, formulou.

Dilma, por sua vez, não poupou elogios ao Presidente Lula. “Aprendi muito com ele porque é um bom gestor. Também aprendi a ter um olhar social sobre o Brasil”. Perguntada sobre qual será sua marca diferencial, a ex-ministra fez questão de salientar que, para ela, dar continuidade significa avançar, e afirmou que seu governo será diferente porque o horizonte de oportunidades dela é muito maior do que o de Lula quando assumiu o cargo pela primeira vez. Dilma também destacou estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que apontou recentemente a possibilidade de redução da pobreza no Brasil até 2016, se for mantida a atual política de desenvolvimento do país.

Sobre o aborto, a ministra foi clara ao afirmar que defende uma política pública, onde seja cumprida a legislação em vigor, o que não impede de que essa lei seja debatida com a sociedade e modificada. “Aborto é uma coisa que nenhuma mulher defende, mas que deve ser debatido como política de saúde pública”. Ela salientou que um presidente não deve ser a favor ou contra a questão: “Não estou dizendo o que uma pessoa tem que fazer ou tentando definir o que uma mulher deve fazer. Na sensibilidade da mulher, é uma agressão. Ela só recorre por desespero, não por decisão”.

Irã provoca polêmica

Segundo a Agência Reuters, Dilma Rousseff teria afirmado nesta quarta-feira (12) que o Irã “controla armas nucleares” e classificou como “humanitária” a tentativa do Brasil de dialogar com o governo iraniano. Ao final da tarde, a assessoria da pré-candidata informou que houve engano. O que ela queria dizer é que o Irã controla a “tecnologia nuclear”, e não as armas nucleares. O Irã tem afirmado que não possui armas atômicas e garante que seu programa nuclear visa apenas fins pacíficos. Dilma afirmou que “a tentativa de construir um caminho em que haja o abandono de armas nucleares como armas de agressão e passe a ser pura e simplesmente pacífico (o uso) da energia nuclear é bom para o mundo inteiro”, completou. A pré-candidata declarou que a participação do Brasil em conversações com o governo do Irã ajuda a evitar que o país islâmico se transforme em uma “região conflagrada”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita o Irã entre os dias 15 e 17 de maio.

Dilma visita pólo Naval, Serra afirma desconhecer o tema

Na capital gaúcha durante a semana passada, Serra frisou que quer ser o presidente da produção. “Aprendi que a agricultura no Brasil é uma coisa poderosa, é a galinha dos ovos de ouro do desenvolvimento brasileiro” elogiou. Porém, demonstrou desconhecimento de questões locais como o projeto do Pólo Naval, em Rio Grande. “Já ouvi falar, não conheço os detalhes”, disse o tucano. Na terça-feira (11), a ex-ministra Dilma Rousseff esteve em Rio Grande, onde palestrou no seminário “Onde o Rio Grande Renasce”, promovido pela revista Voto, e destacou a importância do Pólo Naval para a economia da Metade Sul do Estado.

“A economia dessa região já mudou por causa do Pólo, e ela será uma das mais importantes regiões para o ressurgimento da indústria naval do Brasil”, discursou Dilma. A governadora Yeda Crusius (PSDB), que também tenta associar seu nome ao sucesso do investimento federal na região, cancelou sua participação no evento um dia antes, com o deputado tucano Claudio Diaz a representando. Presente nas negociações para a retomada dos investimentos da indústria naval brasileira, promessa de Lula na campanha vitoriosa de 2002, Dilma sustentou sua relação com o Projeto.

A economia de cidade portuária já está mudando. Rio Grande está entre os municípios gaúchos que mais têm recebido investimentos do Governo Federal. Estão previstos, até 2015, investimentos da ordem de R$ 14 bilhões no Pólo Naval. Os recursos estão alterando de forma significativa o perfil da cidade e de seu entorno. Vagas de trabalho surgem dia-a-dia na região de Rio Grande. Só as agências do Sine de Pelotas e Rio Grande têm em torno de 200 vagas abertas. Mas a coordenadora do Sine de Rio Grande, Dalva Arejano, faz um alerta: as empresas exigem especialização e experiência. Nos últimos 12 meses foram contratados 439 trabalhadores pelo Sine para o Pólo de Rio Grande.

(com Agência Reuters e ClicRBS)


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora