Da Redação
A noite de sexta-feira (29) nos Estados Unidos foi, mais uma vez, marcada pelos protestos contra o assassinato de George Floyd, homem negro morto pela polícia por sufocamento. Em Detroit, Michigan, um rapaz de 19 anos foi morto por uma pessoa que atirou de dentro de um carro contra os manifestantes. Em Oakland, perto de São Francisco, um agente federal foi baleado. De acordo com a imprensa norte-americana, centenas de pessoas foram detidas em diversas cidades.
No fim da tarde, a Casa Branca teve todos os acessos fechados, enquanto uma multidão se aproximava em protesto contra a morte de Floyd. Grandes mobilizações tomaram as ruas de cidades como Nova York, Chicago, Washington, Los Angeles, Atlanta e Menphis. Cenas de confronto entre policiais e manifestantes se espalharam pelas redes sociais ao longo da madrugada.
No Twitter, o presidente Donald Trump ameaçou os manifestantes: O republicano disse que se tivessem avançado contra Casa Branca teriam sido recebidos pelos “cães mais cruéis” e as “armas mais ameaçadoras” que já viram. Também elogiou o trabalho dos agentes secretos que agiram contra os manifestantes. Desde o início dos protesto, Trump já chamou aqueles que se revoltam de bandidos e os ameaçou em diferentes ocasiões. Além disso, fez um outro tuite polêmico, em que afirma: “Quando os saques começam, o tiroteio começa”, sugerindo atirar nos manifestantes. O Twitter decidiu incluir um aviso na postagem, informando que ele violava regras da plataforma sobre glorificação da violência.
….have been greeted with the most vicious dogs, and most ominous weapons, I have ever seen. That’s when people would have been really badly hurt, at least. Many Secret Service agents just waiting for action. “We put the young ones on the front line, sir, they love it, and….
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) May 30, 2020
Entenda o caso
George Floyd, 46 anos, foi assassinado em uma operação policial em Minneapolis, no Minnesota, na última segunda-feira (25). Ele havia sido detido sob acusação de tentar usar uma nota falsa de US$ 20 em uma loja.
Jogado no chão e com o pescoço pressionado pelo joelho do policial Derek Chauvin, Floyd não resistiu. Vídeo registrado por testemunha mostra que ele tentou dizer aos policiais em vários momentos que não conseguia respirar, mas foi completamente ignorado até ficar desacordado e ser levado a um hospital, onde não resistiu. As imagens viralizaram nas redes sociais e provocaram uma onda de manifestações contra racismo e violência policial.
Delegacias, lojas e carros vêm sendo incendiados por dias seguidos em Minneapolis, numa demonstração de revolta popular de milhares de cidadãos. Na quinta, as mobilizações tomaram outras grandes cidades dos EUA e, na sexta, se espalharam ainda mais. A pressão é, também, para que o policial responda pelo crime. Na sexta-feira, ele foi detido sob acusação de homicídio culposo (sem a intenção de matar). Os outros policiais que participaram da operação ainda estão sendo investigados.
A night of “absolute chaos” as outrage over George Floyd’s death spreads across America.
Follow live updates from protests around the country. https://t.co/jpSwoVkQXB
— The Washington Post (@washingtonpost) May 30, 2020