Presidente do mais novo país do mundo promete anistiar rebeldes

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Agência Brasil

O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit, anunciou hoje (9) uma anistia geral para todos os que combateram as autoridades de Juba (capital do novo Estado) e pediu para que os rebeldes deponham as armas. “Aproveito a oportunidade para anunciar uma amistia geral para todos os que usaram as armas por uma causa ou outra contra o governo do Sul. Peço-lhes que abandonem as armas e se juntem a nós para construir este nosso novo país”, apelou Salva Kiir, usando, segundo descreveu a agência noticiosa espanhola Efe, o seu inseparável chapéu preto no estilo cowboy, um presente do ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush.

No primeiro discurso como presidente, o líder do Movimento Popular de Libertação do Sudão referiu-se aos conflitos ainda sem solução definitiva entre os dois países que, agora, usam o nome Sudão, principalmente a questão da partilha dos recursos petrolíferos da rica região de Abyei.

Salva Kiir Mayardit adiantou também algumas das linhas da sua presidência, que passam por potenciar a economia, como “chave da prosperidade”, e redobrar os esforços do país para construir instituições, fortalecer o setor privado e captar investimento estrangeiro. O maior desafio do novo Estado será a corrupção política, reconheceu o presidente, comprometendo-se a “fazer tudo para erradicar esse cancro”.

O mais novo país do mundo

O Sudão do Sul se tornou oficialmente às 18h01 de ontem (9) o mais novo país do mundo, ao oficializar sua independência do restante do Sudão. Nas ruas da capital do país, Juba, centenas de pessoas comemoraram a mudança logo após o horário oficial da separação do Norte.

O país nasce a partir de um acordo de paz firmado em 2005, após 12 anos de uma guerra civil que deixou 1,5 milhão de mortos. Em janeiro, 99% dos eleitores do Sudão do Sul votaram a favor da separação da região, predominantemente cristã e animista, em relação ao norte, governado a partir de Cartum, onde a população é em sua maioria muçulmana e de origem árabe.

Presente na cerimônia de nascimento do 193º país reconhecido pelas Nações Unidas, Omar Al Bashir, sobre o qual pende um mandado de captura internacional por genocídio e crimes, assegurou que ajudará o novo país “nos seus primeiros passos”, prometendo manter “excelentes relações” e “preservar os interesses comuns” de ambas as nações.


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