![Europa, em turbulência, espera referendo grego neste domingo](https://sul21.com.br/wp-content/uploads/2021/03/20150704-grecia-450x300.jpeg)
Da RBA
![Aguiar: "Em todo caso uma coisa é certa. Não importa o resultado, será complicado para a Grécia"](https://www.sul21.com.br/jornal/wp-content/uploads/2015/07/20150704-grecia.jpeg)
“A respiração está suspensa pela expectativa do que deve acontecer na Grécia domingo”, diz o professor Flávio Aguiar sobre situação no continente europeu. Amanhã deve ocorrer um referendo para decidir se os gregos aceitam ou não medidas de austeridade impostas pela troika – composta por Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) – para realização de acordos econômicos que retirem a Grécia da situação de calote.
Estão marcadas diversas manifestações em solo grego. “Contra e pró-governo. A última pesquisa dá uma ligeira vantagem para a vitória do ‘sim’, porém, pairam dúvidas acerca da legitimidade. Uma coisa é certa. O país está dividido”, comenta o professor. “O referendo está se transformando em uma espécie de plebiscito sobre o governo do Siryza”, completa.
O governo grego de Alexis Tsípras espera a vitória do “não” às exigências de austeridade. “Varoufakis (ministro das Finanças da Grécia) deu declarações contraditórias recentemente. Em uma, disse que renunciaria caso vencesse o ‘sim’. Em outra declarou que já havia um acordo nos bastidores entre o governo, o BCE e a União Europeia (UE). Isso independente do resultado”, diz Flávio Aguiar.
Em contrapartida, outro membro da troika aponta para um outro lado. “O FMI deu uma declaração que a dívida grega é ‘impagável’. Eles fizeram cálculos dizendo que para a Grécia saldar a dívida, teria de receber mais de 60 bilhões ao longo de três anos, e que deveria começar a pagar os débitos apenas em 2055”, comenta. “Esta declaração favorece o ‘não’, pois caso o povo diga ‘sim’, pode significar uma insolvente recessão de décadas”, afirma o professor.
Para ele, a troika está trabalhando para derrubar o governo do Siryza. “Eles querem colocar alguém mais aberto às austeridades. Uma clara demonstração disso é o que disse Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu e ligado à socialdemocracia alemã, que o ideal seria a queda do primeiro ministro Tsípras e, substituição por um governo que chamou de ‘tecnocrático’. Essa informação é polêmica visto que isso já fora tentado na Grécia, e nada foi resolvido”, aponta Flávio Aguiar.
O professor ainda recorda que a Europa possui outros setores de instabilidade. “Vale lembrar que um partido de esquerda pode ser eleito na Espanha. Também, na Inglaterra, deve ocorrer um plebiscito para decidir a permanência ou não do país na UE”, diz.
O mês do Ramadã
O professor comenta sobre um novo atentado do grupo Estado Islâmico, o Isis, desta vez contra um patrimônio da humanidade. “ Grupos radicais que se dizem islâmicos mas têm muito mais a ver com o fascismo, decidiram transformar o mês do Ramadã (período de jejum e meditação de muçulmanos) em um mês de militância. Então, o Isis teria destruído uma estátua de um leão na cidade de Palmira, um dos maiores sítios arqueológicos romanos do mundo.”
“O governo Sírio, onde fica Palmira, anunciou que a obra foi dinamitada. Ao mesmo tempo, no Egito, o Isis atacou postos de controle de fronteira do exército. No confronto morreram 100 militantes e 17 soldados egípcios”, comenta sobre o grupo terrorista. “Também houve um atentado no Cairo que matou o procurador-geral. Ele era uma figura odiada pelos defensores dos direitos humanos. O Isis não assumiu, mas não se sabe ao certo o que aconteceu”, conclui.