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19 de agosto de 2010
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13:37

Políticos de esquerda se reúnem em Buenos Aires

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br

Nubia Silveira

Os partidos de esquerda, centro-esquerda e progressistas da América Latina e do Caribe, reunidos em Buenos Aires, desde terça-feira, no XVI Encontro do Foro de São Paulo, divulgam amanhã (20) um documento em defesa da paz. O tema central do encontro de quatro dias é o colonialismo na América Latina. Também foram debatidos a crise em Honduras, o conflito entre Colômbia e Venezuela, as vitórias eleitorais da esquerda e a direita nos países da região.

No primeiro dia do encontro, do qual participam dirigentes políticos de 33 países latino-americanos e caribenhos, o Foro rejeitou o golpe sofrido, em 2009, pelo governo de Manuel Zelaya, em Honduras, e o governo de Porfírio Lobo, que o substituiu. Os políticos reclamam da interferência dos Estados Unidos e reclamam um plano para fazer frente às ações do governo norte-americano.  O documento base do encontro considera que os partidos de esquerda perderam espaço no Chile, Colômbia, Panamá e Honduras e obtiveram vitórias importantes no Uruguai, Equador e Bolívia.

Nascimento
O Foro de São Paulo nasceu em 1990,  em São Paulo. Na carta enviada aos participantes do encontro na capital argentina, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, lembra que, a convite do Partido dos Trabalhadores, “42 partidos e movimentos progressistas da América Latina e do Caribe reuniram-se em São Paulo”, há 20 anos.  Um ano depois, no México, o movimento recebeu o nome de Foro de São Paulo.

Naquela época, diz o presidente, “pairava sobre nosso Continente a hegemonia do ideário do Consenso de Washington”, com a predominância de ideias conservadoras: “Primazia do mercado, enfraquecimento do Estado, desregulamentação das relações de trabalho, sacrifício da noção de desenvolvimento e de políticas sociais em nome de uma suposta estabilidade, buscada a qualquer preço, com enormes sacrifícios para os trabalhadores do campo e das cidades”.

Lula acredita que “as transformações pelas quais passaram a América Latina e o Caribe nestas duas décadas têm muito a ver com os debates que realizamos”. Ele diz que “hoje, nossa região vive uma situação radicalmente diferente daquela de vinte anos atrás. Muitos dos que nos encontramos no passado nas reuniões do Foro de São Paulo como forças de oposição, hoje somos Governo e estamos desenvolvendo importantes mudanças em nossos países e na região como um todo”.

Em sua carta, o presidente cita, como herdeiras dos debates do Foro, a Unasul e a Comunidade da América Latina e do Caribe. “Elas abrem o caminho para uma verdadeira integração de nossos países fundadas sobretudo nos valores da democracia, do progresso econômico e social e da solidariedade”, afirma.

Com informações do jornais Pagina 12 (Argentina), O Estado de S.Paulo e portal Terra


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