A reforma da Lei dos Bancos enviada pelo governo da Venezuela para análise da Assembleia Nacional proíbe que acionistas de bancos e demais instituições financeiras sejam donos de meios de comunicação, revelou, nesta quarta-feira (11), o vice-presidente da Venezuela, Elias Jaua. Ele afirmou que a ideia da lei surgiu depois de o empresário Nelson Mezarhane, acionista do Banco Federal e do canal de televisão Globovisión, ter feito uma grande campanha para captação de novos clientes, pela Globovisión, quando já sabia que o banco estava quebrado.
“A reforma trata de evitar a perversa relação entre os meios de comunicação e as instituições financeiras, que possibilitou o roubo de milhares de poupadores”, afirmou Jaua. “Queremos evitar que os correntistas, que são quase 7 milhões de venezuelanos, sejam novas vítimas de uma relação como a do Banco Federal e a Globovisión”, disse o vice-presidente.
Ao mesmo tempo em que o vice-presidente anunciava a proposta de reforma da Lei dos Bancos, clientes do Banco Federal protestavam em frente à Globovisión, portanto cartazes com a foto de Mezarhane, chamado de ladrão. Os manifestantes pediam a extradição do banqueiro, que deve ter fugido para os Estados Unidos.
A Assembleia Nacional é unicameral e dominada pelos seguidores de Hugo Chávez. A presidente do Legislativo, Cilia Flores, anunciou que o projeto será “aprovado com urgência parlamentar em primeira discussão” na sessão desta quinta-feira (12). Depois, será reenviado à Comissão de Finanças, que o analisará para submetê-lo a uma segunda leitura.
Com informações da Folha de S.Paulo e do site 2001.com.ve