Os primeiros presos políticos libertados segundo um acordo fechado na semana passada entre o governo cubano, a Igreja Católica de Cuba e diplomatas espanhóis, chegaram à Espanha. A Igreja diz que 20 dos 52 dissidentes aceitaram a oferta de exílio e chegaram à Espanha nesta terça-feira, 13.
Segundo as autoridades, eles não são obrigados a ficar no país europeu e estarão livres para ir para onde quiserem. Tanto o Chile como os Estados Unidos já ofereceram asilo a eles.
Pelo menos três prisioneiros teriam dito à Igreja que queriam permanecer em Cuba.
A libertação dos dissidentes anunciada já na semana passada poderá ser a maior desta década na ilha comunista.
Todos os prisioneiros que devem ser libertados fazem parte de um grupo de 75 detidos em 2003 e condenados à prisão com penas variando entre seis a 28 anos. Os outros 23 prisioneiros já foram libertados.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, havia 167 prisioneiros de consciência em Cuba antes da libertação deste grupo.
O governo cubano nega que haja prisioneiros políticos, descrevendo-os como criminosos financiados pelos Estados Unidos para desestabilizar o país.
Horas antes dos dissidentes partirem, o ex-presidente Fidel Castro, de 83 anos, apareceu na TV estatal pela primeira vez em 11 meses.
Em uma entrevista de uma hora e meia, Fidel falou sobre assuntos internacionais como Coreia do Norte e Irã, e voltou a atacar os Estados Unidos. Ele não fez qualquer menção aos prisioneiros.