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14 de abril de 2011
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21:43

Petróleo e gás são prioridades na atração de investimentos, diz Marcos Coester

Por
Sul 21
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Debate na FEE abordou políticas de desenvolvimento para o Estado - Foto Ramiro Furquim/Sul21

Felipe Prestes

A Fundação de Economia e Estatística reuniu, nesta quinta-feira (14) à tarde, integrantes do governo do Estado e da entidade para um debate aberto ao público intitulado “Políticas de Desenvolvimento para o Rio Grande do Sul”. Em pauta na discussão, esteve principalmente a formação do sistema estadual de desenvolvimento, composto pela AGDI, pelo Badesul (antiga CaixaRS) e pelo BRDE, com trabalho coordenado pela Secretaria do Desenvolvimento. “O objetivo principal deste debate é discutir como o Estado pode se incluir nessa retomada do crescimento econômico que ocorre no Brasil desde 2003”, afirmou o presidente da Fundação, Adalmir Marquetti.

Antes do debate, o Sul21 conversou com um dos palestrantes, o diretor da AGDI, Marcos Coester. Ele afirmou que a economia do Rio Grande do Sul perdeu espaço no Brasil, por um processo, em certa parte, natural. “Há um processo claro de retomada do crescimento no país, fortemente puxado pelo mercado interno. O Rio Grande do Sul perdeu espaço no contexto nacional, muito porque outros estados menos desenvolvidos cresceram rapidamente, o que é natural. O Rio Grande, como uma economia mais madura, tende a crescer mais lentamente”.

Coester falou sobre a atuação da agência que está começando suas atividades e sobre o sistema estadual de desenvolvimento. “A prioridade é a gente fortalecer a capacidade de planejamento, a capacidade estratégica e de inteligência competitiva aqui do Estado, procurando compreender a estrutura produtiva atual, fortalecer essa estrutura e também trabalhar na atração de investimentos em novas áreas”, disse. O diretor da AGDI revelou em que áreas o Estado buscará investimentos prioritariamente: “A parte de petróleo e gás, semicondutores, a indústria da saúde (equipamentos, medicamentos e cosméticos) e também energias renováveis”.

Coester afirma que o Rio Grande do Sul possui vantagens competitivas interessantes na produção de equipamentos para a extração do petróleo. Entre elas, estão a indústria metalmecânica já consolidada no Estado e a bacia hidrográfica que inclui Lagoa dos Patos, Lago Guaíba e os rios Jacuí e Taquari. “Essa bacia hidrográfica permite que a gente distribua essa indústria de equipamentos offshore pelo interior do Estado. Hoje, os polos navais acabam gerando uma grande aglomeração de empreendimentos. As áreas de Rio Grande-Pelotas, Pernambuco e Rio de Janeiro já têm dificuldades de receber novos empreendimentos. O Rio Grande do Sul é uma das poucas regiões do Brasil que permitem que isto seja distribuído pelo interior”.

Promoção do investimento

O diretor da AGDI explicou que papel a agência vai ocupar no sistema estadual de desenvolvimento. Serão duas funções principais: a de promover o Estado no Brasil e no exterior e a de formular projetos estruturantes, como o plano diretor do polo naval de Rio Grande. Coester garante que irá viajar bastante, como um caixeiro viajante. “A gente é o braço operacional do processo. Nós vamos cuidar da promoção comercial do Estado, fazer com que o Rio Grande do Sul apareça, e também dos projetos estruturantes”.

Um exemplo de promoção do Estado foi a visita do executivo da Samsung, Benjamin Sicsú. Quarta-feira (13), ele passou o dia com o secretário do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, e também conversou com o governador Tarso Genro. Tivemos a visita do principal executivo da Samsung no Brasil. A Samsung até então não considerava o Estado como uma área em potencial para investimentos nem para a área naval, muito menos para a área de semicondutores e de eletrônicos. Este tipo de articulação é que estamos colocando em prática”.

FEE ganha mais relevância

Foram palestrantes do encontro, além de Marcos Coester, o secretário substituto de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Junico Antunes, e José Antonio Fialho Alonso, economista da FEE e ex-presidente da entidade. Participaram do debate também o secretário-adjunto do Planejamento, Rogério Filho, além do presidente da FEE, Adalmir Marquetti.

Marquetti afirmou ao Sul21 que o papel da FEE ganha ainda mais relevância diante do papel a que o governo do Estado se propõe, de ser indutor do investimento. “A FEE tradicionalmente já pensa o Estado, mas a análise da realidade ganha mais destaque na medida em que o Estado se torna um indutor de forma mais sistemática do desenvolvimento”, disse.

“A importância destes debates é a promoção de uma unidade de ação no governo”, disse Rogério Fialho. Ele afirma que o papel da Secretaria do Planejamento está ligado intimamente ao desenvolvimento do Estado, porque o órgão é o responsável por ouvir a sociedade. “Neste momento, está sendo discutido o Plano Plurianual. Estamos fazendo seminários regionais do PPA participativo. O governo tem levado sua posição sobre a situação de cada região e sobre aquilo que, no nosso modo de ver, são as grandes prioridades regionais. Isto está fortemente ligado ao desenvolvimento econômico das regiões”, disse.


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