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9 de maio de 2016
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14:34

Mantega é alvo de condução coercitiva em nova etapa da Zelotes

Por
Luís Gomes
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Mantega é alvo de condução coercitiva em nova etapa da Zelotes
Mantega é alvo de condução coercitiva em nova etapa da Zelotes
Wilson Dias/ABr
Guido Mantega em imagem de arquivo | Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Da Redação*

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi conduzido coercitivamente nesta segunda-feira (9) pela Polícia Federal para prestar depoimento em São Paulo, como parte das ações da 7ª fase da Operação Zelotes, que investiga a manipulação de julgamentos no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fsicais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda. Mantega chegou à superintendência da Polícia Federal em São Paulo por volta das 9h45. Ele presta depoimento na Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros.

A PF apura a ligação de Mantega com a empresa Cimento Penha, que é suspeita de comprar decisões do Carf, que julga ações de empresas que recorrem contra multas aplicadas pela Receita Federal.

Segundo a Folha de S. Paulo, os sigilos bancário e fiscal do ex-ministro foram quebrados em novembro do ano passado por ordem do juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável da Zelotes. O Ministério Público Federal investiga o relacionamento de Mantega com o proprietário da Cimento Pinha, o empresário Victor Sandri, que obteve no Carf a reversão de multas no valor de R$ 106 milhões.

O MP investiga ainda a participação de Mantega na nomeação de membros do Conselho que foram responsáveis pela reversão de multas. Os procuradores consideram que foi montado um “esquema complexo” de “venda de decisão” em julgamentos do Carf que passou pelo nomeação indevida de um dos conselheiros.

Na ocasião, a defesa do ex-ministro reconheceu que Mantega e Sandri se conhecem há cerca de 20 anos, quando o ministro vendeu um apartamento para o empresário. No entanto, salientou que ele não era ministro na ocasião.

A atual fase da Zelotes investiga o perdão de multas que chegam R$ 57 milhões por julgamentos no Carf, informou a PF. Entre os principais alvos está uma fabricante de materiais de construção. Além do mandado contra o ex-ministro, esta etapa da operação cumpre 27 mandados judiciais, sendo 12 de busca e apreensão e 15 de condução coercitiva em Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Distrito Federal e Paraíba. São investigados os crimes de advocacia administrativa fazendária, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O processo corre em segredo de Justiça.

Outro nome que foi alvo de condução coercitiva foi o lobista José Ricardo da Silva, um dos nove condenados na semana pelo esquema de compra de medidas provisórias durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão proferida pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira não menciona Guido Mantega. O caso foi um dos desdobramentos das investigações da Operação Zelotes, iniciadas em março de 2014.

Silva, que está recorrendo da condenação em liberdade, foi levado para à Superintendência da Polícia Federal em Brasília, mas permaneceu em silêncio, segundo a Folha.

*Com informações da Agência Brasil


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