Annie Castro
Na tarde desta segunda-feira (25), servidores municipais que realizavam uma manifestação em frente à Câmara Municipal de Porto Alegre foram atingidos com gás lacrimogêneo e balas de borracha empregados pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal. Eles acompanhavam a votação do Projeto de Lei Complementar do Executivo (PLCE 02/2019), que promove alterações na carreira dos municipários, e está sendo votado desde às 14h.
Enquanto a votação ocorria dentro do plenário, servidores que não conseguiram entrar ocuparam o lado de fora da Câmara. Alguns ficaram próximos à entrada principal, acompanhando em um telão. Outros, mantiveram-se espalhados na Avenida Loureiro da Silva, e outros formaram um grupo em frente ao estacionamento da Casa, onde a repressão aconteceu.
Por volta das 16h, o vereador Roberto Robaina (PSOL) fez o uso da palavra durante a sessão para informar que estavam acontecendo agressões contra os servidores municipais do lado de fora. Logo após, o vereador Marcelo Sgarbossa (PT) protocolou um requerimento pedindo o adiamento da sessão, que foi negado durante votação dos vereadores.
Segundo Ivan Martins, diretor de comunicação do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), o confronto entre a Guarda Municipal e os servidores iniciou quando um vereador foi entrar no estacionamento e um representante do Simpa e um jornalista tentaram passar pelo portão para regressar ao lado interno na Câmara. Para evitar que eles entrassem, a Guarda Municipal teria tentado um golpe de cassetete em ambos. Ivan, que estava do lado de dentro do estacionamento, conta que na hora tentou segurar o cassetete, e então foi agredido por um dos policiais. Neste momento, os manifestantes que estavam do lado de fora teriam começado a atirar pedras em direção à Guarda, que revidou com gás lagrimogêneo e balas de borracha. Um vídeo publicado pelo Simpa em sua página no Facebook mostra o momento que a repressão começou: