Karine Melo
A Câmara dos Deputados acaba de aprovar, na noite deste domingo (17), a admissibilidade do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). A oposição conseguiu os 342 votos necessários e comemora muito no plenário. Apesar do resultado, como são 513 parlamentares, a votação ainda continua. Com a autorização, o pedido segue agora para o Senado Federal abrir processo de impeachment contra a presidenta. Desde a última sexta-feira (15), foram mais de 42 horas de debates até a decisão. O governo precisava de 168 votos para barrar o pedido de impeachment.
A sessão da tarde deste domingo foi aberta pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que destacou o rito que será adotado neste domingo. Logo no começo da sessão, o relator do processo na Comissão Especial do Impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), teve 25 minutos para reapresentar os pontos principais de seu parecer, favorável ao impedimento da presidenta da República.
O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa da presidenta, não teve direito à fala neste domingo. Cardozo pediu ao presidente da Câmara tempo igual ao do relator para mais uma defesa, mas o requerimento foi recusado por Cunha sob o argumento de que a Câmara vai adotar o mesmo rito do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, quando só o relator se manifestou nesta etapa do processo.
Após a apresentação de Arantes, os 25 líderes de partidos representando na Casa se revezaram na tribuna. Cada um teve entre três e 10 minutos para suas considerações e para orientar a bancada. O tempo variou conforme o número de deputados de cada legenda na Casa.