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Débora Fogliatto
A Praça da Matriz, a frente do Palácio Piratini e da Assembleia Legislativa ficaram lotadas de servidores estaduais no início da tarde desta quinta-feira (3). A data estava prevista para ser o último dia de greve contra o parcelamento de salários, iniciada nesta segunda-feira (31). No entanto, algumas categorias já anunciaram que pretendem continuar paralisadas, como os professores, que devem permanecer mobilizados até o dia 11.
Além de protestar contra o parcelamento dos salários — os servidores receberam apenas R$ 600 no final de agosto — os trabalhadores também demonstraram indignação contra o deputado Álvaro Boessio, líder da bancada do PMDB na Assembleia. Na semana passada, ele falou em uma entrevista que muitos servidores são “vadios”. Por isso, na mobilização, grande parte dos gritos de guerra eram voltados a ele: “Álvaro Boessio, PMDB, não sou vadio, vadio é você. Fala bobagem, não sabe o que diz, volta pra casa, tua fala é infeliz”, entoavam.
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A mobilização aconteceu após audiência pública em que os trabalhadores estiveram presentes, no auditório Dante Barone, e após a qual entregaram um documento para a Casa Civil pedindo a retirada do Projeto de Lei 283/2015, que congelaria o salário dos servidores por quatro anos. “Entregamos o documento pedindo que o PLC seja retirado, com 44 assinaturas de entidades e de deputados que nos apoiam”, relatou Helenir Schürer, presidente do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers).
Ainda de acordo com a professora, agora é importante que os servidores busquem o apoio de deputados para tentar barrar o projeto no Legislativo: “Temos que fazer pressão. Não vamos recuar, não vamos nos apequenar. Se não for retirado pelo governo, temos que fazer pressão para Assembleia votar contra e dar a primeira derrota a esse projeto neoliberal”, pediu Helenir.
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O ato foi chamado pelo Cpers, que participou em peso com núcleos tanto de Porto Alegre quanto de cidades do interior. Estavam presentes professores de Caxias do Sul, Guaíba, Montenegro, Santa Rosa, Camaquã, Cerro Largo, Guaporé, Estrela, Três Passos, São Luiz, Ijuí, entre outros.
Estes últimos, vindos da região noroeste do Estado, afirmaram que na cidade de 83 mil habitantes a paralisação chega a 90% dos serviços estaduais, incluindo segurança, penitenciárias e saúde. “A situação toda está muito complicada lá, porque é um pólo de saúde, mas foi preciso reduzir atendimentos devido à falta de repasses estaduais”, afirmou a professora Joselaine da Rosa. “Está tudo precário”, resumiu Ricardo Cid. Os servidores do município planejam fazer uma grande caminhada na sexta-feira (4) e tentar pressionar a Câmara de Vereadores para que os políticos falem com os deputados de seus partidos.
Trabalhadores de diversos setores estiveram presentes no protesto. No microfone, o presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos (
Dentre os outros gritos que animaram os servidores nesta tarde, estavam ainda “Ninguém vai dar sossego” e “Sartori, cadê você? Eu vim aqui pra receber”. A vice-presidente do Cpers e representante da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) Solange Carvalho falou em nome “das mulheres que são chefes de família, que fazem jornada tripla e que precisam sustentar seus filhos”. “Não aceitaremos ter nossa dignidade retirada. O Estado é das gaúchas e dos gaúchos, não do governador”, apontou.
Após a dispersão do ato, líderes das entidades irão se reunir, a partir das 17h, com os senadores gaúchos para tratar de uma proposta que tenta solucionar a dívida estadual com a União.
Parcelamento
Os servidores receberam R$ 600 em suas contas no último dia 31. Em coletiva na segunda-feira (31), Sartori falou como serão pagas as parcelas: no próximo dia 11, eles receberão R$ 800. Quatro dias depois (15), mais R$ 1,4 mil, totalizando R$ 2,8 mil, o que representará o pagamento da totalidade dos salários de 67% do funcionalismo do Executivo. O saldo restante será pago no dia 22. No mesmo dia, o governo afirmou que iria encaminhar à Assembleia um projeto de lei que amplia o limite para saques nos depósitos judiciais de 85% para 95%, o que permitiria o Estado resgatar pouco mais de R$ 1 bilhão.
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