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17 de agosto de 2015
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18:01

Relator da Comissão de Ética pede cassação de Baségio, mas dá prazo para defesa

Por
Sul 21
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Foto: Caroline Ferraz/Sul21
Comissão de Ética da ALRS vota pela cassação do deputado Diógenes Basegio | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

Débora Fogliatto

A Comissão de Ética da Assembleia Legislativa leu o relatório, nesta segunda-feira (17), referente à possível cassação do deputado Diógenes Basegio (PDT). O relator, deputado Enio Bacci (PDT), o revisor, deputado Jeferson Fernandes (PT) e o deputado Sérgio Turra (PP) — membros da subcomissão instalada para analisar o caso — votaram, por unanimidade, pela cassação do colega, mas a defesa pediu prazo para apresentar seus argumentos por escrito. A votação deve continuar no próximo dia 31.

O relatório lido por Bacci apontou que Basegio estava ciente das irregularidades cometidas por seu ex-chefe de gabinete, Neuromar Gatto. Ele afirmou recolher parte do salário dos trabalhadores de cargos em comissão (CCs) para o deputado e denunciou a contratação de uma servidora fantasma. Já Basegio havia afirmado, quando se defendeu das acusações, não saber do esquema comandado pelo chefe de gabinete e o acusou de usar um cartão da Assembleia para encher o tanque do carro de terceiros.

Procurador do dep. Basegio, Ricardo Giuliani, pediu para se manifestar por escrito | Foto: Caroline Ferraz/Sul21
Procurador do dep. Basegio, Ricardo Giuliani, pediu para se manifestar por escrito | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

O caso se tornou uma disputa entre Gatto e Basegio, pois o deputado afirma estar sendo acusado injustamente pelo ex-funcionário, que por sua vez diz ter cometido as irregularidades a mando dele. O relatório lido nesta segunda-feira (17) destacou que “o deputado afirmou que percebeu as práticas ilegais [realizadas por Gatto] em 2013, mas o exonerou apenas em 2014”. No entendimento dos membros da subcomissão, Basegio deveria tê-lo demitido antes e protocolado uma denúncia contra ele para se proteger.

Segundo o relatório, o deputado dizia não identificar quando o dinheiro entrava, mas que assinava os documentos alterados pelo chefe de gabinete. Em outro momento, ele afirmou à Rádio Gaúcha que nomeou Edi Vieira como CC, mas seu marido, Neri, era de fato quem trabalhava. Segundo o deputado, isso teria sido necessário porque o homem já havia trabalhado com ele diversas vezes, mas estava com câncer, o que o impediria de assumir formalmente o cargo. “Essa entrevista foi derradeira”, afirmou Bacci.

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Ibsen Pinheiro (PMDB) e Jorge Pozzobom (PSDB) defenderam a possibilidade de acatar o pedido de cassação | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

Em seguida, ele informou que os três votam pela cassação. Os advogados de defesa de Basegio, Ricardo Giuliani e Filipe Moreira de Oliveira, pediram a possibilidade de se manifestar por escrito. Após discussão entre os deputados, Ibsen Pinheiro (PMDB) e Jorge Pozzobom (PSDB) defenderam a possibilidade de acatar o pedido, que acabou sendo atendido pela Comissão. O presidente Juliano Roso (PCdoB) apontou a necessidade de se determinar um prazo, que foi estabelecido em cinco sessões.

Sendo assim, a defesa deve apresentar seu argumento por escrito até a quinta-feira da próxima semana (27), e a Comissão voltará a se reunir na segunda-feira seguinte (31).

Foto: Caroline Ferraz/Sul21
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