Da Redação
Atualizado às 15h01
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, condenou neste sábado (4) o tom do e-mail convocando mais de 850 militantes do PSDB para defendê-lo de protestos em evento realizado nesta manhã no Parque Ecológico do Tietê, na zona leste de São Paulo. “Vamos todos para lá, tucanada. Bateu, levou e não tem conversa”, incitou o tucano Edson Marques em e-mail.
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O jornalista Edson Marques, membro da executiva municipal do PSDB, disparou na sexta-feira (3) um e-mail instando a militância do partido a reagir com violência a possíveis ações de manifestantes contra Alckmin. “Colocou a mão, a cobra vai piar e a pêa (pau) vai descer”, completou.
Apesar da expectativa de que haveria um protesto contra o governador, nenhum manifestante compareceu ao evento, que transcorreu com tranquilidade.
De acordo com Marques, tucanos do Jardim Helena, extremo leste da capital paulista, souberam que integrantes do PSOL, PSTU e PT da região programaram uma manifestação contra a ação da Polícia Militar no Pinheirinho durante agenda do governador neste sábado.
Marques resolveu convocar a militância para “defender” Alckmin de eventuais ataques. Nos últimos dez dias, o secretário estadual Andrea Matarazzo (Cultura) e o prefeito Gilberto Kassab foram alvos de protestos durante eventos oficiais do governo. Os manifestantes protestam contra as ações de remoção das famílias de Pinheirinho, de repressão ao tráfico e ao uso de drogas na cracolândia e ao policiamento na USP.
Alckmin repreendeu a iniciativa do militante tucano. “Não há nenhuma necessidade disso. Nenhuma, nenhuma, nenhuma. Acho que talvez até a intenção seja de solidariedade, mas não há nenhuma necessidade e já foi chamada a atenção dele”, argumentou o governador.
O presidente do PSDB-SP, Julio Semeghini já havia condenado no sábado o e-mail. “É uma manifestação pessoal. Não representa a direção tucana. Defendemos a democracia e não queremos nenhum conflito”, disse.
“O pessoal do UFC [campeonato de lutas] não veio”, brincou o deputado federal e pré-candidato a prefeito Ricardo Tripoli (PSDB-SP), que compareceu ao evento.
Desde o início dos protestos, Alckmin tem evitado agendas públicas na capital. Ele deixou de ir a dois eventos pois sua assessoria identificou antecipadamente as manifestações.
Houve uma determinação do núcleo político do governo de coordenar uma demonstração de apoio ao governador. A operação começou anteontem, quando Alckmin foi a duas grandes agendas públicas, ambas fora da capital.
Com informações da Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo