Da Redação
Aproximadamente quatro mil trabalhadores rurais dos movimentos que integram a Via Campesina, liderados pelo Movimento Sem Terra (MST), ocuparam nesta terça-feira (23) o Ministério da Fazenda em Brasília. Os manifestantes pretendem ser recebidos ainda nesta terça-feira (23) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para pedir a destinação de verbas do orçamento para a reforma agrária.
A Via Campesina quer a renegociação das dívidas dos pequenos agricultores, cujo valor atual atinge R$ 30 bilhões. Os movimentos sociais criticam também o corte de R$ 65 milhões no orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para a compra de terras. Desde segunda, os movimentos que integram a Via Campesina estão acampados em Brasília com trabalhadoras rurais de 23 Estados e do Distrito Federal.
A mobilização faz parte da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária. No Rio Grande do Sul, integrantes do MST trancaram o trevo de acesso à Santana do Livramento, na fronteira oeste. Em Bagé, São Luiz Gonzaga, Júlio de Castilhos e Piratini, pequenos agricultores ocupam agências do Banco do Brasil.
A principal ação desencadeada no primeiro dia da Jornada foi a ocupação da Fazenda Santo Henrique, na região de Bauru em São Paulo. Cerca de 400 integrantes do MST ocuparam a área de 2,6 mil hectares de origem pública e, de acordo com a lei, deveria ser destinada à Reforma Agrária.
A jornada da Via Campesina também exige o assentamento imediato de 60 mil famílias acampadas e luta contra o fechamento das escolas no campo. Nos últimos oito anos, foram fechados mais de 24 mil estabelecimentos de ensino, segundo dados do Censo Escolar e da Pesquisa de Avaliação da Qualidade dos Assentamentos da Reforma Agrária INCRA (2010).
Não há uma previsão sobre o tempo que os trabalhadores ficarão no Ministério da Fazenda, mas a expectativa, segundo a assessoria, é que passem o dia no local.