Deputado admite ter recebido verba da “Lista de Furnas”

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Da Redação

O deputado estadual Antônio Júlio (PMDB) admitiu que recebeu R$ 150 mil do ex-presidente da empresa Furnas Centrais Elétricas, Dimas Fabiano Toledo. A informação foi divulgada pelo jornal Hoje em Dia de Minas Gerais nesta terça-feira (3). O nome do parlamentar consta da “Lista de Furnas”, alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF). Na época da divulgação da lista, em 2006, apenas o parlamentar Roberto Jefferson (PTB) confirmou ter participado da divisão do dinheiro da estatal.

“Quem está falando que não recebeu, está mentindo. Eu recebi, sim. Mas o dinheiro não ficou comigo”, afirmou Antônio Júlio. Segundo ele, na época da campanha eleitoral de 2002 Dimas Fabiano teria repassado, a seu pedido, R$ 150 mil ao hospital público da cidade de Três Pontas, no Sul de Minas, vizinha à região de Furnas.

“Fui ao Rio de Janeiro. Eu, o Anderson Adauto e o doutor Grimaldi, que era do hospital e já morreu. Conversamos com Dimas, na época, ele era presidente de Furnas”, contou. Anderson Adauto hoje é prefeito de Uberaba, no Triângulo mineiro, pelo PMDB. Ele não foi encontrado para comentar a denúncia do deputado. Na “Lista de Furnas” consta um repasse de R$ 200 mil a Adauto, que já era ministro dos Transportes do governo Lula. Ele e Antônio Júlio eram candidatos a deputado, quando teriam recebido o dinheiro. Antônio Júlio disse que pediu a verba para o hospital e não sabia a origem do dinheiro.

“Fui intermediário”, alegou. Quando questionado sobre a estranheza de uma estatal de energia liberar recursos a um hospital, o deputado disse que era normal. “Na época, eles (Furnas) sempre liberavam uma verba especial para a região”, afirmou. “Neste aspecto, a ‘Lista de Furnas’ é verdadeira. Meu nome está lá com R$ 150 mil. Realmente, fui intermediário deste dinheiro”, disse.

A lista foi divulgada pelo lobista Nilton Monteiro, hoje preso em Minas Gerais. Ele também foi delator do “mensalão mineiro”. No “caso Furnas”, a denúncia foi a de que candidatos nas eleições de 2002 receberam dinheiro público, de empresas estatais, para arcar com as despesas da campanha eleitoral. Dimas Fabiano nega a autenticidade do documento, mas a Polícia Federal atestou a veracidade da sua assinatura. O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro investiga o possível esquema de corrupção.

O advogado de Dimas Toledo, Rogério Marcolini, disse que só poderia fornecer informações se tivesse acesso à íntegra da entrevista de Antônio Júlio. Porém, por e-mail, ele negou o repasse ao parlamentar bem como a autenticidade da lista. “O que se vê, mais uma vez, é a tentativa canhestra de tentar emprestar credibilidade a documento falsificado e mentiroso para atender objetivos políticos à absoluta revelia do doutor Dimas que aguarda pacientemente a conclusão das investigações policiais”, justificou.

Com informações do Hoje em Dia


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