Candidato a vice presidente pelo PV espera conquistar 20 milhões de votos e ir para segundo turno

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Rachel Duarte

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Guilherme Leal em entrevista coletiva no Parque Harmonia. Foto: Bruno Alencastro/Sul21

O candidato a vice-presidente pelo PV, Guilherme Leal, esteve, hoje,17, no Rio Grande do Sul. Marina Silva (PV) deve chegar no domingo (19). Guilherme participou de um almoço com dirigentes da Fecomércio-RS e também se encontrou com o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Tigre, e com o diretor regional do Senai-RS, José Zortéa, que apresentou o trabalho realizado pelo Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL). À tarde, passeou pelo Parque Harmonia e concedeu entrevista coletiva, no piquete da Trevo. Leal acredita que a sigla conquistará 20 milhões de votos para a Presidência da República e disputará o segundo turno.

Os jornalistas não se mostravam interessados nas propostas de preservação do meio ambiente. Queriam saber das denúncias, que envolvem a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. “Os fatos ocorridos – disse Guilherme Leal – são graves no âmbito do governo, pois envolvem claramente órgãos importantes.”Para ele, as denúncias “precisam ser apuradas para a tranqüilidade e segurança dos brasileiros”. O empresário saiu na defesa da candidata petista à Presidência da República: “Não dá pra dizer que há uma ligação disso com a candidatura de Dilma Rousseff. Não se pode afirmar nada sem que provas existam”.

Perguntado pelo Sul21 sobre o real impacto das denúncias sobre a candidata petista, Guilherme Leal disse acreditar que, em 10 dias de campanha, ainda podem acontecer mudanças importantes no resultado da eleição. “Eu acredito que sim. Lendo os jornais, há indícios de que em algumas cidades as pesquisas já mudaram e os eleitores começam a se preocupar, principalmente aqueles mais instruídos. Parecem estar preocupados em compreender o significado dos últimos fatos ligados à ex-ministra chefe da Casa Civil”, respondeu.
O candidato faz questão de salientar que a intenção da sua candidatura não é valorizar o denuncismo, mas abrir um espaço para que o eleitor tenha mais tempo para conhecer o comportamento e as propostas de todos candidatos.

Projeto político do PV

Sobre a sua contribuição ao projeto político do Partido Verde, Guilherme Leal afirmou que é a sua experiência empresarial e a crença no desenvolvimento de qualidade com conservação do ambiente. “Nós entendemos que a ameaça ambiental, por qual passa o mundo hoje em dia, representa uma grande oportunidade para o Brasil, detentor de um dos maiores patrimônios naturais do planeta, podendo se constituir numa potencia ambiental. Mas para isso nós precisamos investir muito em educação, ciência e tecnologia. Precisamos de capital humano”, disse.

Crescimento do partido e novos quadros

Sobre a nova postura e Marina, que trocou o PT pelo PV, Guilherme Leal afirmou que a política brasileira precisa de uma “oxigenação”. “A nossa candidatura está longe de ser a de uma visão monotemática ou ambientalista como ela é taxada. Primeiro porque chamar de ambientalista uma visão monotemática, é uma visão pequena do mundo, porque o ambiente é tudo que nos contém e permeia todos os aspectos da nossa vida. Além disso, o PV representa uma nova forma de fazer política, que é necessária se nós queremos ousar, pensar em um Brasil realmente mais justo e menos desigual”, disse.

Crítica aos partidos tradicionais

Para um estreante, o vice de Marina é um bom defensor do discurso verde. Ele afirma constantemente representar uma candidatura de renovação para a política

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brasileira. Mas, também, fez questão de ser modesto. “A minha experiência pessoal tem sido extremamente entusiasmante, apesar de eu reconhecer que tenho muito que aprender porque sou um novato. A articulação do meu discurso político e o grau de exposição ainda demandam um esforço muito grande e eu confesso, humildemente, que sou um aprendiz”, falou.

Apesar disso, o candidato não economizou as críticas aos partidos tradicionais, que abusam das alianças para poder chegar ao poder. “Este velho esquema das alianças pragmáticas e não programáticas que loteiam o estado brasileiro e que criam verdadeiros ralos no serviço público como a gente vê nas denúncias recorrentes na imprensa demonstram claramente que este tipo de política afasta as boas lideranças do exercício da política do país”, defendeu.

Cenário RS e segundo turno

Sobre o cenário das eleições no Rio Grande do Sul, onde o candidato do PV, Montserrat Martins, tem apenas 1% das intenções de voto, Guilherme Leal disse que a meta do partido não é apenas a eleição. “Aqui, a candidatura do Montserrat disputa o espaço que existe para a nova construção política. Este não é um processo que termina na eleição. É uma construção de uma nova proposta de política, uma nova força para oxigenar a política”, falou.

O candidato Montserrat contribuiu com o discurso de Leal e defendeu a sua candidatura no estado. “Aqui estamos tendo uma receptividade muito grande. Há simpatia com o material do PV, quando abordamos as pessoas. Nossa sensação é de que as pessoas estão realmente querendo conhecer a nossa proposta”, afirmou.

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Foto: Bruno Alencastro/Sul21

Quanto à posição do PV num eventual segundo turno, Leal não abriu a decisão do partido, mas, deixou claro que o critério não será a sigla e, sim, buscar quem apoia o projeto defendido pelo PV. “Estimamos quase 20 milhões de votos apoiando nossa proposta. Isto é um capital eleitoral muito significativo e acreditamos que vamos para o segundo turno, se isso não acontecer, seguiremos com um cacife eleitoral muito significativo. Nós seremos leais a esta proposta e não abriremos mão por partido A ou B”, salientou.


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