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24 de fevereiro de 2016
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14:08

Após pressão de centrais, deputados garantem votação do mínimo regional na próxima terça

Por
Luís Gomes
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Centrais sindicais se reuniram com a presidente da AL durante a manhã | Foto: Divulgação/Cut-RS
Centrais sindicais se reuniram com a presidente da AL durante a manhã | Foto: Divulgação/Cut-RS

Da CUT-RS

A mobilização da CUT-RS e centrais surtiu efeito na manhã desta terça-feira (23) na Assembleia Legislativa. Após audiência com a nova presidente do parlamento gaúcho, deputada Silvana Covatti (PP), e um mutirão nos gabinetes dos parlamentares, os líderes das bancadas definiram incluir a votação do projeto do novo salário mínimo regional na pauta da próxima terça-feira, dia 1º de março, às 14h.

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“A pressão dos trabalhadores foi decisiva para arrancar o acordo de lideranças e garantir a votação na próxima sessão, uma vez que o projeto enviado pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) veio sem regime de urgência”, afirma o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

O projeto de Sartori, encaminhado no último dia 12, prevê reajuste de apenas 9,61%, ficando abaixo do INPC de 11,31% nos últimos 12 meses. As centrais reivindicam aumento de 11,68% igual ao índice aplicado pela presidenta Dilma Rousseff no mínimo nacional em janeiro. Os deputados têm prazo até sexta-feira (26) para protocolarem emendas ao projeto.

“Desde já, convocamos os sindicatos, as federações e as confederações de trabalhadores a continuarem a mobilização e a voltarem na terça-feira que vem, lotando as galerias da Assembleia para pressionar os deputados e as deputadas, a fim de garantir a aprovação do projeto e de emendas que garantam a reposição da inflação e evitem o arrocho do chamado piso regional”, conclama o dirigente da CUT-RS.

Audiência com a presidente da Assembleia

No encontro com a deputada Silvana Covatti, ocorrido às 9h30, a CUT-RS e as centrais ressaltaram a necessidade de que fosse agilizada a votação do projeto. “O reajuste já deveria estar vigorando desde 1º de fevereiro, data-base do mínimo regional. Os trabalhadores gaúchos já estão perdendo para a inflação”, frisou Claudir.

Ele considerou que “é inadmissível que um projeto como esse, que incide diretamente sobre a economia do Rio Grande, tenha sido enviado sem regime de urgência pelo governador. Sabemos que existem projetos que tramitam há anos no Legislativo e ainda não foram à votação”.

Claudir sublinhou que o mínimo regional aquece a economia gaúcha, fomentando o consumo e a produção, além de ampliar a arrecadação do Estado, e que os únicos trabalhadores que ainda não tiveram reajuste são os que recebem essa remuneração.

“Os deputados já conquistaram o seu reajuste, as categorias mais organizadas também, mas os trabalhadores mais vulneráveis, que são os que recebem o mínimo regional, não podem continuam sendo penalizados. A valorização do trabalho é de grande importância para a melhoria da renda e para o crescimento da economia do Estado”, enfatizou.

O presidente da Federação dos Trabalhadores da Alimentação (FTIA-RS), Valdemir Corrêa, chamou a atenção para a categoria que representa. “Das 10 negociações coletivas que temos, sete são vinculadas ao reajuste do mínimo regional, com cláusulas previstas nas convenções coletivas de trabalho que determinam índice de reajuste superior ao piso regional”, explicou.

A presidente da Casa salientou que o pedido de urgência deve partir do Executivo, mas se comprometeu a conversar com os líderes das bancadas para agilizar o processo de votação, o que ela acabou fazendo na reunião das lideranças que ocorreu às 11h e garantiu a inclusão do projeto na pauta da próxima terça-feira.

Mutirão nos gabinetes

Desde o começo da manhã, dirigentes sindicais de várias categorias atenderam ao chamado da CUT-RS e centrais e promoveram um mutirão nos gabinetes dos parlamentares. Estiveram presentes representantes dos trabalhadores da alimentação, da saúde, do ensino privado, metalúrgicos e sapateiros, dentre outros.

Eles fizeram um corpo a corpo com os deputados e as deputadas, mostrando que os efeitos positivos do mínimo regional, que beneficia cerca de 1,5 milhão de gaúchos. Segundo o Dieese, isso representa R$ 131,6 milhões no bolso dos trabalhadores e R$ 70,9 milhões em arrecadação de impostos por mês.

O presidente da Federação dos Trabalhadores em Saúde (Feessers), Milton Kempfer, salientou que os preços dos produtos e serviços das empresas aumentaram, muitos acima da inflação, e que os salários não podem ter tratamento diferenciado.

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores no Ensino Privado (Fetee-Sul), Celso Woyciechowski, a inclusão do projeto na pauta de votação na próxima terça-feira “foi resultado da pressão que fizemos na Assembleia”.

“A mobilização garantiu um avanço significativo em relação ao trâmite do projeto, uma vez que o governador o encaminhou sem regime de urgência. Agora precisamos intensificar o movimento para lotar as galerias na próxima terça-feira e aprovar emendas que atendam à reivindicação das centrais”, apontou Celso.


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